Leitura Semanal - Diários do Vampiro, os caçadores: Fantasma #6
Sinopse: O
passado nunca está longe... Elena Gilbert e seus amigos salvaram
Fell's Church dos espíritos malignos, mas a libertação da cidade
veio com um preço: a vida de Damon Salvatore. Agora, como nada
estando no caminho, Elena e Stefan podem finalmente ficar juntos.
Então, por que Elena não consegue parar de sonhar com Damon?
Enquanto os sentimentos de Elena por Damon crescem, uma nova
escuridão está se formando em Fell's Church. Elena foi até o
inferno e voltou, mas esse demônio não é nada igual ao que ela já
viu antes. Sua única meta é matar Elena e a todos que ela
ama.
Antes de começarem a leitura, quero ressaltar algumas coisas:
Antes de começarem a leitura, quero ressaltar algumas coisas:
- Esse livro foi escrito pela autora, antes de ser demitida, mas algumas partes foram mudadas pela ghostwriter;
- A ghostwriter mudou o sobrenome da Meredith, tirando "Sulez" e colocando "Suarez", mas ela volta a escrever "Sulez" no próximo volume;
- Os olhos de Elena começam a ser descritos como "azuis safira" e não mais "azuis lápis-lazúli";
- Quiseram fazer com que os livros ficassem próximos à série, então colocaram o Klaus como um "Original", e não mais um "Antigo", assim como Bonnie passa a ser uma bruxa;
- O temperamento de Damon passa ser igual ao da série, e este Damon fala palavrão (sendo que em "Meia-Noite" a Elena disse que ele nunca falaria isso na frente dela).
E,
como é de praxe, se for copiar o texto a seguir para algum outro
site, por favor colocar os créditos! Ajude o trabalho do tradutor e
dê ibope ao site. Boa leitura! :)
11
Elena
desligou o celular. Ela e Bonnie discutiram tudo o que estava
acontecendo, desde a misteriosa aparição dos nomes de Celia e de
Meredith até a aproximação do recital de dança de Margaret. Mas
ela não foi capaz de trazer à tona o verdadeiro motivo para ter
ligado.
Ela
suspirou. Depois de um momento, ela caiu sobre seu colchão e pegou
seu diário de veludo.
Querido
Diário,
Hoje
à tarde, eu conversei com Caleb Smallwood na varanda em frente à
minha casa. Eu mal o conheço, mas ainda sinto essa conexão visceral
com ele. Eu amo Bonnie e Meredith mais do que minha própria vida,
mas elas não têm ideia de como é perder os pais, e isso coloca um
espaço entre nós.
Eu
vejo a mim mesma no Caleb. Ele é tão lindo e parece ser tão
despreocupado. Eu tenho certeza que muitos pensam que sua vida é
perfeita. Eu sei como é fingir que está tudo bem, mesmo quando você
está desmoronando. É como se você fosse a coisa mais solitária do
mundo. Eu espero que ele tenha uma Bonnie ou uma Meredith, ou um
amigo com quem possa confiar.
A
coisa mais estranha aconteceu enquanto conversávamos. Um corvo voou
em nossa direção. Era um corvo grande, um dos maiores que eu já
vi, com penas negras iridescentes que brilhavam sob o sol e um enorme
bico em forma de gancho e garras. Deve ser o mesmo que apareceu no
parapeito de minha janela na manhã de ontem, mas não tenho certeza.
Quem consegue diferenciar corvos?
E,
é claro, ambos os corvos fizeram com que eu lembrasse de Damon, quem
me vigiava em forma de corvo antes mesmo de nos conhecermos.
O
que é estranho — ridículo, na verdade — é essa sensação de
esperança que tenho dentro de mim.E se, eu continuo pensando, e se
de alguma forma Damon não estiver morto?
E
então minha esperança se vai, porque ele está morto e eu preciso
encarar isso. Se eu quiser me manter firme, eu não posso mentir para
mim mesma. Não posso inventar contos de fadas bonitinhos onde o
nobre vampiro não morre, onde as regras podem ser mudadas pois se
trata de alguém que eu ame.
Mas
essa esperança continua voltando em mim: E se?
Seria
muita crueldade dizer algo sobre o corvo ao Stefan. Sua tristeza fez
com que ele mudasse. Às vezes, quando ele está em silêncio, eu
vejo um estranho olhar em seus olhos verdes, como se alguém que eu
não conhecesse estivesse ali. E eu sei que ele está pensando em
Damon, e tais pensamentos levam-no a lugares no quais eu não posso
mais seguir.
Eu
pensei que poderia contar à Bonnie sobre o corvo. Ela se importava
com Damon, e ela não iria rir de mim por pensar que ele ainda
poderia estar aqui, de alguma forma, vivo. Não depois de ela mesma
sugerir a mesma coisa hoje mais cedo. No último minuto, no entanto,
eu não pude falar com ela a respeito.
Eu
sei o porquê, e é um motivo sujo, egoísta e idiota: eu tenho
inveja da Bonnie. Porque Damon salvou sua vida.
Horrível,
não é?
Lá
vai: durante um longo tempo, dentre milhões, houve somente uma
humana que Damon se importava. Somente uma. E essa pessoa era eu. O
resto poderia ir para o inferno que ele nem ligaria. Ele mal
conseguia lembrar os nomes dos meus amigos.
Mas
algo mudou entre Damon e Bonnie, talvez quando eles foram sozinhos
para a Dimensão das Trevas, talvez antes. Ela sempre teve uma
quedinha por ele, quando ele não estava sendo cruel, mas então ele
começou a prestar mais atenção em seu passarinho. Ele cuidava
dela. Ele era carinhoso com ela.
E
quando ela estava em perigo, ele se movia para salvá-la sem pensar
duas vezes no que aquilo poderia lhe custar.
Então,
estou com inveja. Porque Damon salvou a vida de Bonnie.
Eu
sou um pessoa terrível. Mas, por eu ser tão terrível, não quero
compartilhar nada mais sobre Damon com Bonnie, nem meus pensamentos
sobre o corvo. Eu quero manter essa parte dele só para mim.
Elena
releu o que ela havia escrito, seus lábios pressionados levemente.
Ela não tinha orgulho de seus sentimentos, mas ela não podia negar
que eles existiam.
Ela
voltou-se para seu travesseiro. Tem sido um longo e exaustivo dia, e
agora já era uma hora da manhã. Ela dissera boa noite à tia Judith
e a Robert há algumas horas atrás, mas ela não parecia ser capaz
de dormir. Ela ficou à toa após colocar sua camisola: penteou seu
cabelo, reorganizou alguns de seus pertences, folheou revistas, olhou
com satisfação o guarda-roupa elegante que ela não teve acesso há
meses. Ligou para Bonnie.
Bonnie
parecia estranha. Distraída, talvez. Ou seja talvez só cansaço.
Estava tarde, afinal de contas.
Elena
estava cansada, também, mas ela não queria dormir. Ela finalmente
admitira para si mesma: ela tinha um pouco de medo de pegar no sono.
Damon tinha sido tão real em seu sonho na outra noite. O corpo dele
parecia firme e sólido quando ela o abraçou; seu cabelo escuro e
sedoso estava macio contra suas bochechas. Sua voz macia parecia
sarcástica, sedutora e mandona alternadamente, assim como era quando
Damon estava vivo. Quando ela se lembrou, com um horror repugnante,
que ele havia partido, parecia que ele estava morrendo novamente.
Mas
ela não podia ficar para sempre acordada. Ela estava muito cansada.
Elena apagou a luz e fechou seus olhos.
Ela
estava sentada nas antigas arquibancadas rangentes do ginásio da
escola. O ar cheirava a suor de tênis de atleta e ao verniz que eles
usavam no chão de madeira.
— Foi
aqui que nós nos conhecemos — disse Damon, que estava sentado ao
seu lado, tão próximo que a manga de sua jaqueta roçava em seu
braço.
— Que
romântico — Elena respondeu, erguendo uma sobrancelha e olhando ao
redor da grande sala vazia, as cestas de basquete ao final de cada
canto.
— Eu
tento — Damon disse, uma leve risada colorindo sua voz seca. —
Mas foi você que escolheu onde estamos. É o seu sonho.
—
Isso
é um sonho? — Elena perguntou de repente, virando para estudar seu
rosto. — Não se parece como um.
— Bem
— ele disse —, vamos colocar dessa forma. Não estamos aqui
de verdade.
Seu
rosto estava sério e atento enquanto ele olhava de volta para ela,
mas então ele mostrou um de seus sorrisos súbitos e brilhantes e
seus olhos se afastaram.
—
Estou
feliz que não tivemos ginásios como este quando eu estudava — ele
disse casualmente, alongando suas pernas para frente. — Parece tão
impróprio, com aqueles shorts e as bolas de borracha.
—
Stefan
disse que você praticava esportes — Elena disse, distraída de si
mesma.
Damon
franziu ao ouvir o nome de Stefan.
—
Deixa
para lá — ela disse apressadamente. — Nós não devemos ter
muito tempo. Por favor, Damon, por favor, você disse que não está
aqui, mas você está em algum lugar? Você está bem? Mesmo
se você estiver morto... Quero dizer, realmente morto, mortinho da
silva, você está em algum lugar?
Ele
olhou para ela bruscamente. Sua boca se torceu um pouco enquanto ele
dizia:
—
Isso
importa tanto para você, princesa?
—
Claro
que sim — Elena disse, chocada.
Os
olhos dela estavam começando a se encher de lágrimas.
O
tom dele foi leve, mas seus olhos, tão pretos que ela não conseguia
dizer onde a íris terminava e a pupila começava, estavam
vigilantes.
— O
resto... todos os seus amigos... essa cidade... eles estão bem,
todavia, não estão? Você tem o seu mundo de volta. Muitas coisas
acontecem, como danos colaterais, caso você espere ter o que quer.
Elena
pôde notar, pela expressão de Damon, que a próxima coisa que ela
dissesse teria extrema importância. E, no fundo de seu coração,
ela não havia admitido para si mesma no outro dia que, mesmo que ela
amasse Damon, as coisas estavam bem agora, que tudo poderia ser bom
novamente com sua cidade salva e ela retornando à sua velha vida? E
que ela queria as coisas desse jeito, mesmo se significasse que Damon
estivesse morto? Que Damon era aquilo o que ele dissera: um dano
colateral?
— Oh,
Damon — ela disse finalmente, impotente. — Eu sinto muito sua
falta.
O
rosto de Damon se suavizou e ele se aproximou dela.
—
Elena...
—
Sim?
— Elena murmurrou.
—
Elena?
Uma
mão estava sacudindo-a.
—
Elena?
Alguém
acariciou seu cabelo, e Elena aninhou-se, sonolenta, ao toque.
—
Damon?
— Ela disse, ainda meia adormecida.
A
mão parou de acariciá-la e então se afastou. Ela abriu seus olhos.
—
Receio
ser só eu — disse Stefan.
Ele
estava sentado ao seu lado da cama, sua boca formando uma fina e
tensa linha, desviando o olhar.
— Oh,
Stefan — disse Elena, sentando-se e jogando seus braços em cima
dele. — Eu não quis dizer...
—
Está
tudo bem — Stefan disse sem rodeios, virando-se para longe dela. —
Eu sei o que ele significava para você.
Elena
puxou-o em sua direção e olhou para seu rosto.
—
Stefan.
Stefan.
Seus
olhos verdes tinham uma expressão distante.
—
Sinto
muito — ela disse suplicante.
—
Você
não tem nada que se desculpar, Elena — ele disse.
—
Stefan,
eu estava sonhando com Damon — ela confessou. — Você está
certo, Damon era importante para mim, e eu... sinto falta dele.
Um
músculo se contraiu em um dos lados do rosto de Stefan, e ela
acariciou a mandíbula dele.
— Eu
nunca vou amar alguém mais do que eu amo você, Stefan. Seria
impossível — ela disse, sentindo como se fosse chorar. — Stefan,
você é meu verdadeiro amor, você sabe disso.
Se
ao menos ela pudesse alcançá-lo com sua mente para comprovar,
fazê-lo entender o que ela sentia por ele. Ela nunca explorou
completamente seus outros Poderes, nunca os invocou por completo, mas
perder sua conexão telepática era como se aquilo a matasse.
A
expressão de Stefan se suavizou.
— Oh,
Elena — ele disse devagar, e prendeu seus braços em volta dela. —
Eu sinto falta do Damon, também.
Ele
enterrou seu rosto no cabelo dela e suas próximas palavras ficaram
abafadas:
— Eu
briguei com o meu único irmão durante centenas de anos, onde ambos
se odiavam. Matamos um ao outro quando éramos humanos, e acho
que nenhum de nós superou a culpa, o choque e o terror daquele
momento.
Ela
sentiu um tremor passar pelo corpo dele.
Ele
suspirou, um som leve e triste.
— E
quando finalmente começamos a agir como irmãos de novo, foi por sua
causa.
Com
sua testa ainda estava descansando no ombro dela, Stefan pegou a mão
de Elena e a segurou com ambas as suas, virando-a e acariciando-a
enquanto ele pensava.
— Ele
morreu tão de repente. Nunca pensei... Nunca pensei que Damon
morreria antes de mim. Ele sempre foi o forte, aquele quem realmente
amava a vida. Sinto como...
Ele
sorriu um pouquinho, somente uma leve alteração em seus lábios.
—
Sinto
como... se estivesse completamente sozinho sem ele.
Elena
entrelaçou seus dedos com os de Stefan e segurou sua mão com força.
Ele virou seu rosto para olhá-la, encontrando seus olhos, e ela
afastou um pouco para poder vê-lo mais claramente. Havia dor em seus
olhos, e tristeza, mas também havia uma rigidez que ela nunca vira
antes.
Ela
o beijou, tentando apagar essa parte rígida. Ele resistiu durante
meio segundo, então a beijou de volta.
— Oh,
Elena — ele disse densamente, e beijou-a novamente.
Enquanto
o beijo se aprofundava, Elena sentiu um doce e satisfatório gosto de
certeza passando por ela. Sempre era desse jeito: se ela se sentisse
distante de Stefan, o toque de seus lábios poderia uni-los. Ela
sentiu uma onda de amor e maravilha vindo dele, e se agarrou nisso,
alimentando esse sentimento de volta para ele, a ternura entre eles
crescendo. Já que seus Poderes se foram, ela precisava disso mais do
que nunca.
Ela
estendeu sua mente e emoções, ultrapassando a ternura e o amor
sólido como pedra que sempre estavam à sua espera nos beijos de
Stefan, e mergulhou profundamente em sua mente. Havia uma paixão
ardente ali, e ela respondeu da mesma forma, suas emoções se
entrelaçando, enquanto apertavam a mão um do outro com mais força.
Abaixo
da paixão havia dor, uma dor terrível e sem fim e, mais adiante,
enterrado nas profundezas das emoções de Stefan, havia um
sofrimento de solidão, a solidão de um homem que vivera séculos
sem companhia.
E
essa solidão tinha o gosto de algo estranho. Algo... inflexível,
frio levemente metálico, como se ela tivesse mordido uma lâmina.
Havia
algo que Stefan estava escondendo dela. Elena tinha certeza disso, e
ela entrou mais fundo em sua mente enquanto os beijos se
intensificavam. Ela precisava dele por completo... Ela começou a
afastar seu cabelo, para oferecê-lo seu sangue. Isso sempre fazia
com eles se aproximassem o máximo possível.
Mas
antes que ele pudesse aceitar sua oferta, houve uma batida súbita na
porta.
Quase
que imediatamente ela se abriu e tia Judith entrou. Elena, piscando,
encontrou-se sozinha, suas mãos ardendo devido a velocidade que
Stefan havia se afastado dela. Ela olhou ao redor apressadamente, mas
ele havia sumido.
— O
café está na mesa, Elena — tia Judith disse alegremente.
—
Uh-huh
— Elena disse, distraída, encarando o guarda-roupa, se perguntando
onde Stefan havia se escondido.
—
Você
está bem, querida? — sua tia disse, sua testa enrugada de
preocupação.
Elena
teve uma leve ideia de como ela devia aparentar: olhos arregalados e
corada, sentada em sua cama desfeita e olhando selvagemente pelo
quarto. Havia muito tempo que Stefan precisara usar sua velocidade
vampírica para algo tão mundano quanto não ser pego dentro de seu
quarto!
Ela
deu a tia Judith um sorriso tranquilizador.
—
Desculpe,
ainda estou meio assonada. Vou descer logo, logo — ela disse. — É
melhor eu me apressar. Stefan vai estar aqui para me buscar a
qualquer momento.
Enquanto
tia Judith saía do quarto, Elena finalmente viu Stefan acenando do
gramado abaixo de sua janela aberta, e ela acenou de volta, rindo,
colocando de lado por um momentos as estranhas emoções na mente de
Stefan. Ele fez um gesto de que iria para a porta da frente e que ela
a veria em um minuto.
Ela
riu de novo e se arrumou para o piquenique em Hot Springs. Era legal
ser o tipo de garota que se preocupava em ficar de castigo. Era...
prazerosamente normal.
Alguns
minutos mais tarde, enquanto Elena, agora vestindo shorts e uma
camiseta azul clara, seu cabelo puxado para trás em um rabo de
cavalo, descia as escadas, a campainha tocou.
— É
o Stefan — ela disse enquanto tia Judith aparecia na porta da
cozinha.
Elena
pegou a cesta de piquenique o cooler que estavam no banco do
hall.
—
Elena!
— Tia Judith repreendeu. — Você tem que comer algo antes de ir!
— Não
há tempo — Elena disse, sorrindo com a familiaridade da discussão.
— Eu vou comer um muffin ou coisa assim no caminho.
Ela
e tia Judith trocavam essas palavras, ou algo similar, na maioria das
manhãs enquanto Elena estava no ensino médio.
— Oh,
Elena — tia Judith disse, revirando os olhos. — Não se mova,
mocinha. Eu volto já.
Elena
abriu a porta e sorriu para os olhos de Stefan.
—
Ora,
olá, estranho — ela disse levemente.
Ele
a beijou, um doce toque de seus lábios nos dela.
Tia
Judith correu de volta ao corredor e colocou uma barrada de cereal de
granola na mão de Elena.
—
Aqui
— ela disse. — Pelo menos você terá algo no estômago.
Elena
deu-lhe um rápido abraço.
—
Obrigada,
tia Judith — ela disse. — Vejo vocês mais tarde.
—
Divirta-se,
mas por favor não se esqueça que o recital de dança de Margaret é
hoje — tia Judith disse. — Ela está tão animada com isso.
Tia
Judith acenou um adeus na porta enquanto Elena e Stefan
encaminhavam-se até o carro.
—
Vamos
encontrar os outros na pensão e seguiremos para Hot Springs —
Stefan disse. — Matt e Meredith estão levando seus carros.
— Oh,
que bom, assim não ficará tão apertado quanto ontem. Não que eu
me importe em sentar no seu colo, mas eu acho que esmaguei Celia ali
no meio — Elena disse.
Ela
virou seu rosto e se espreguiçou como um gato sob o sol. Uma brisa
passou sobre seu rabo de cavalo, e ela fechou seus olhos e apreciou a
sensação.
— É
um belo dia para um piquenique — ela disse.
O
mundo estava vivo com pássaros cantando e com o farfalhar das
árvores. Um leve traço de nuvens brancas ressaltava o azul do céu.
—
Seria
um mau agouro se eu dissesse que hoje é um daqueles dias em que nada
poderia dar errado? — ela perguntou.
—
Sim,
seria um mau agouro se você dissesse isso — Stefan disse, com o
rosto para frente, abrindo a porta do lado do passageiro para ela.
—
Então,
eu não direi — Elena disse. — Eu nem ao menos vou pensar nisso.
Mas eu me sinto bem. Não fui ao Hot Springs há muito tempo.
Ela
sorriu com um prazer puro, e Stefan sorriu de volta para ela, mas
Elena estava presa mais uma vez na certeza de algo novo — algo
preocupante — encontrava-se nos olhos dele.
12
— Vai ser um dia adorável... Perfeito para um piquenique — Meredith
observou com calma.
Bonnie,
com muito tato e firmeza, colocou Celia no carro de Matt ao invés no
do de Meredith, assim Meredith poderia ficar sozinha com Alaric —
finalmente! — pela primeira vez desde que ele chegou. Metade dela
queria estacionar o carro, pegar Alaric e beijá-lo e beijá-lo, pois
ela estava muito feliz por ele estar ali. Apesar de todas as
insanidades dos últimos meses, ela queria que ele estivesse ali para
lutar ao lado dela, depender dela.
Mas
a outra metade queria estacionar o carro, pegar Alaric e exigir uma
explicação de como era exatamente o relacionamento entre ele e a
Dra. Connor.
Ao
invés disso, lá estava ela, dirigindo tranquilamente, as mãos no
volante imitavam ponteiros de um relógio, estando às dez e às duas
horas, conversando sobre o tempo. Ela se sentiu uma covarde, e
Meredith Suarez não era uma covarde. Mas o que ela poderia dizer? E
se ela fosse só paranoica, ao fazer um estardalhaço desnecessário
sobre o relacionamento estritamente profissional?
Ela
olhou para Alaric pelo canto dos olhos.
—
Então...
— ela disse. — Fale mais sobre sua pesquisa no Japão.
Alaric
passou a mão sobre seu cabelo despenteado e sorriu para ela.
— A
viagem foi fascinante — ele disse. — Celia é tão inteligente e
experiente. Ela simplesmente juntou todas essas pistas sobre uma
civilização. Foi realmente um aprendizado para mim vê-la decifrar
tanta coisa de uma evidência em um dos túmulos de lá. Eu nunca
aprendi muita coisa sobre antropologia forense antes, mas ela foi
capaz de reconstruir grande parte da cultura em Unmei no Shima.
—
Parece
que ela é simplesmente incrível — Meredith disse, ouvindo o ácido
em sua voz.
Aparentemente,
Alaric não notou. Ele sorriu um pouquinho.
—
Demorou
um pouco para ela levar minha pesquisa paranormal a sério — ele
disse pesarosamente. — Parapsicologia não é muito bem considerada
pelas outras áreas científicas. Eles acham que pessoas como eu, as
que escolhem gastar seu tempo estudando o sobrenatural, são
charlatãs ou ingênuas. Ou um pouco piradas.
Meredith
conseguiu falar agradavelmente:
—
Você
foi capaz de convencê-la, no fim, não foi? Que bom.
—
Quase
— Alaric respondeu. — Nós nos tornamos amigos, então ela parou
de pensar que eu fosse uma completa fraude. Eu acho que ela acredita
mais agora, depois de um dia que ela ficou aqui.
Ele
deu um sorriso torto.
— Ela
tenta esconder, mas ela estava arrasada ontem, quando Stefan a
salvou. A existência de vampiros faz com que ela se toque que a
ciência convencional não sabe muita coisa. Eu tenho certeza que ela
vai querer examinar Stefan se ele a deixar.
—
Posso
imaginar — disse Meredith secamente, resistindo à vontade de
perguntar a Alaric por que ele achava que Stefan colaboraria, quando
ele aparentava estar descontente por Alaric ter contado à Celia
sobre ele.
Alaric
deslizou a mão pelo banco do carro até que ele estivesse próximo o
suficiente para passar a mão ao longo do braço de Meredith.
— Eu
aprendi muita coisa enquanto estava fora — ele disse seriamente —,
mas estou mais preocupado com o que está acontecendo agora em Fell's Church.
— Você
quer dizer essa magia negra que está supostamente crescendo por
aqui? — Meredith perguntou.
—
Quero
dizer a magia negra que parece estar marcando você e Celia —
Alaric disse vigorosamente. — Eu acho que nenhuma das duas está
levando isso a sério o bastante.
Comigo
e Celia, pensou Meredith. Ele está preocupado com ela
enquanto se preocupa comigo. Talvez até mais do que comigo.
— Eu
sei que já enfrentamos o perigo no passado, mas eu me sinto
responsável por Celia — Alaric continuou. — Eu a trouxe aqui, e
não seria capaz de me perdoar caso algo acontecesse a ela.
Definitivamente
mais do que comigo, Meredith pensou amargamente, e afastou a mão
de Alaric.
Ela
instantaneamente se arrependeu. Qual era o problema dela? Essa não
era ela. Ela sempre havia sido a calma, a racional. Agora ela estava
se sentindo, bem, como uma namorada ciumenta.
— E
agora isso está ameaçando você, também — Alaric prosseguiu.
Ele
tocou timidamente o joelho dela, e dessa vez Meredith deixou sua mão
ficar lá.
—
Meredith,
eu sei o quão forte você é. Mas tenho medo de que este não seja o
tipo de inimigo pelo qual estamos acostumados. Como podemos lutar
contra algo que não vemos?
—
Tudo
que podemos fazer é sermos vigilantes — Meredith disse.
Seu
treinamento era compreensível, mas nem mesmo ela entendia esse novo
mal. Mesmo que ela soubesse como se proteger muito mais do Alaric
imaginasse. Ela deu uma olhadela para ele. A janela dele estava um
pouco aberta, e uma brisa passava por seu cabelo da cor da areia.
Eles se conheciam tão bem, mais ele ainda não conhecia seu grande
segredo.
Por
um instante ela considerou contar, mas então ele virou-se para ela
disse:
—
Celia
está agindo bravamente, mas é dá para notar que ela tem medo. Ela
não é tão durona quanto você.
Meredith
enrijeceu. Não, não era a hora certa para dizer a Alaric que ela
era uma caçadora. Não quando ela estava dirigindo. Não quando ela
estava tão irritada. De repente a mão dele parecia estar mais
pesada e úmida sobre seu joelho, mas ela sabia que não poderia
afastá-lo sem trair seus sentimentos. Por dentro, no entanto, ela
estava furiosa em como a conversa sempre voltava para a Celia. Alaric
pensava primeiro nela. E mesmo quando ele falava do perigo para
Meredith, ele colocava termos de como aquilo afetara Celia.
A
voz de Alaric se tornou um zumbido ao fundo enquanto Meredith
agarrava o volante com tanta força que suas juntas ficaram brancas.
Sério,
por que ela estava surpresa por Alaric ter sentimentos por Celia?
Meredith não era cega. Ela poderia ser objetiva. Celia era esperta,
talentosa, bonita. Celia e Alaric tinham a mesma idade. Meredith nem
ao menos começara a faculdade. Ela era atraente — ela sabia disso
— e certamente inteligente. Mas Celia era tudo isso e muito mais:
ela e Alaric eram iguais de tal forma que Meredith ainda não poderia
ser. Claro, Meredith era uma caçadora de vampiros. Mas Alaric não
sabia disso. E quando ele soubesse, ele admiraria sua força? Ou ele
fugiria dela, com medo de suas habilidades, à procura de alguém
mais acadêmica, como a Celia?
Uma
bolha negra de angústia preencheu o peito de Meredith.
—
Estou
começando a achar que deveria levar Celia para longe daqui, caso eu
consiga convencê-la — Alaric soou relutante, mas Meredith mal
podia ouvi-lo.
Ela
se sentiu tão fria como se estivesse envolvida por uma névoa.
—
Talvez
eu deva levá-la de volta a Boston. Eu acho que você deveria sair de
Fell's Church, também, Meredith, se você conseguir convencer sua família a deixá-la sair pelo resto do verão. Você poderia vir com a gente, ou talvez há algum parente com quem você possa ficar, caso sua família não goste da ideia. Estou preocupado de que você também não esteja segura aqui.
— Nada
aconteceu comigo ainda — disse Meredith, surpresa pela calmaria de
sua própria voz, quando emoções tão sombrias estavam fervendo
dentro dela. — E eu tenho a responsabilidade de estar aqui e
proteger a cidade. Se você acha que Celia vai estar mais segura
longe daqui, faça o que você e ela acharem melhor. Mas você sabe
que não há garantias de que o que quer que esteja nos ameaçando
não a siga para qualquer outro lugar. Pelo menos aqui há pessoas
que acreditam no perigo.
—
Além
disso — ela adicionou pensativa —, a ameaça contra Celia deve
ter acabado. Talvez, uma vez que o ataque seja evitado, a coisa se
concentre em outra pessoa. Meu nome não apareceu até que Stefan
tenha salvado Celia. Se for isso, então o perigo é somente para
mim.
Não
que você se importe, ela pensou cruelmente, e se surpreendeu.
É
claro que Alaric se importava.
É
que parecia que ele se preocupava mais com o que acontecia com Celia.
Suas
unhas cortadas se fecharam contra suas palmas ao redor do volante
enquanto ela seguia cuidadosamente o carro de Stefan para fora da
estrada, em direção ao estacionamento do Hot Springs.
—
Pare!
— Alaric gritou, pânico presente em sua voz, e Meredith
automaticamente pisou nos freios.
O
guinchou a um impasse.
— O
quê? — Meredith arfou. — O que foi?
E
então ela a viu.
A
Dra. Celia Connor havia saído do carro de Matt e atravessado o
caminho até o parque. Meredith estava dirigindo em sua direção.
Somente a alguns centímetros do para-choque de Meredith, Celia
estava paralisada, sua bela face cinza de medo, sua boca formando um
perfeito O.
Um
segundo a mais e Meredith a teria matado.
Não estou conseguindo encontrar os primeiros capítulos desse livro!! Onde foi postado??
ResponderExcluir
ResponderExcluirpararam de postar?
Quando vai retornar a leitura semanal
ResponderExcluirVocês param msm de escrever essa coluna né?!
ResponderExcluirNão consigo ler os primeiros capítulos.
ResponderExcluirAchei meio chato esse livro comparado aos outros
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