Leitura Semanal - Diários do Vampiro, o retorno: Meia-Noite #8
Sinopse: Elena retorna da Dimensão das Trevas, tendo liberto seu namorado vampiro Stefan Salvatore do aprisionamento... Mas não sem uma consequência. Sua salvação custará bastante. Ainda se recuperando do último choque, eles são forçados a encarar os demônios que dominaram Fell's Church. Elena deve tomar uma decisão que custará seu amor: Damon ou Stefan?
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Capítulos anteriores:
Capítulo 9-10
Capítulo
13
Elena, dormindo
serenamente de mãos dadas com Stefan, sabia que ela estava tendo um sonho
extraordinário. Não, não era um sonho... Era uma experiência fora do corpo. Mas
não era como as antigas experiências que ela tivera ao visitar Stefan em sua
cela. Ela estava deslizando pelo ar tão rapidamente que ela não conseguia
distinguir o que estava em sua frente.
Ela olhou ao seu redor e, de repente, para o
seu espanto, outra figura apareceu ao seu lado.
— Bonnie! — Ela disse... Ou meio que tentou
dizer.
Mas, é claro, não houve som algum.
Bonnie parecia uma edição transparente de si
mesma. Como se alguém tivesse feito ela em vidro fundido, e então apenas
colocara tons mais fracos em seus cabelos e olhos.
Elena tentou telepatia.
Bonnie?
Elena! Oh, tenho
tanta saudade de você e Meredith! Estou presa neste buraco...
Buraco? Elena pôde sentir o pânico
em sua própria telepatia.
Isso fez Bonnie estremecer
Não um
buraco de verdade. Uma pocilga. Uma pousada, eu acho, mas estou presa e eles só
me alimentam duas vezes ao dia, e me levam ao banheiro somente uma vez...
Meu Deus! Como
você se meteu aí?
Bem… Bonnie hesitou. Eu acho que a culpa é minha.
Não importa!
Quanto tempo você tem estado lá, exatamente?
H’mmm... Esse é
meu segundo dia. Eu acho.
Houve uma pausa.
Então, Elena disse:
Bem,
alguns dias num lugar ruim podem parecer uma eternidade.
Bonnie tentou deixas
as coisas mais claras.
É que
eu estou tão entediada e sozinha. Tenho tanta saudade de você e Meredith! Ela
repetiu.
Eu
andei pensando em você e Meredith, também, Elena disse.
Mas
Meredith está aí com você, não é? Ai, meu Deus, ela não caiu também, né? Bonnie
desabafou.
Não,
não! Ela não caiu. Elena não se decidia se devia contar à Bonnie sobre
Meredith ou não.
Talvez, não por enquanto, ela pensou.
Ela não conseguia ver o que estava à sua
frente, embora ela pudesse sentir que elas estavam desacelerando.
Você
consegue ver alguma coisa?
Ei, sim, atrás de
nós! Tem um carro! Devemos ir lá?
Claro. Podemos
ir de mãos dadas?
Elas descobriram que não podiam, mas isso só
fez com que elas ficassem mais próximas uma da outra. E outro momento, elas
estavam entrando através do telhado do pequeno carro.
Hey! É
o Alaric! Bonnie disse.
Alaric Saltzman era o namorado-quase-noivo de
Meredith. Ele tinha quase vinte três anos agora, e seu cabelo de areia e olhos
de avelã não haviam mudado desde que Elena o vira há quase dez meses atrás. Ele
era um parapsicólogo em Duke, prestes a fazer doutorado.
Tentamos
entrar em contato com ele há muito tempo, Bonnie disse.
Eu sei.
Talvez, esse seja o jeito de contatá-lo.
Onde é
que devia estar, afinal?
Em algum lugar
estranho no Japão. Esqueci como se chama, mas basta olhar no mapa que está no
banco do passageiro.
Ela e Bonnie se fundiram enquanto olharam,
suas formas fantasmagóricas atravessando-se.
Unmei
no Shima: A Ilha da Desgraça, estava escrito no topo de um título de um
mapa. O mapa tinha um grande e vermelho X com o subtítulo: O Campo das Virgens Castigadas.
O campo
do quê? Bonnie perguntou indignadamente. O que isso significa?
Eu não sei. Mas
vejo, essa névoa é real. E está chovendo. E essa estrada é terrível.
Bonnie mergulhou para
fora.
Ooh,
que estranho. A chuva passa direto por mim. E não acho que isso seja uma
estrada.
Elena disse:
Volte
aqui para dentro e vejo isso. Não há outras cidades na ilha, apenas um nome. Dr.ª
Celia Connor, patologista forense.
O que é um
patologista forense?
Eu acho, Elena disse, que eles investigam assassinatos e coisas
assim. E eles desenterram mortos para descobrirem como eles morreram.
Bonnie estremeceu.
Eu acho
que não gosto disso.
Nem eu. Mas veja
lá fora. Isso havia sido um vilarejo, uma vez, eu acho.
Não havia sobrado
quase nada do vilarejo. Somente algumas ruínas de alguns prédios de madeira,
que agora estavam podres, e algumas estruturas de pedra enegrecidas.
Havia um grande edifício com uma enorme lona
amarela sobre ele.
Quando o carro alcançou esse prédio, Alaric
deslizou até parar por completo, pegou o mapa e uma pequena maleta, e correu em
meio à chuva e lama até chegar ao abrigo.
Elena e Bonnie o seguiram.
Ele fora encontrado próximo à estrada, ao
lado de uma jovem mulher negra, cujo cabelo fora cortado elegantemente em torno
de seu rosto de elfo. Ela era pequena, nem ao menos alcançava a altura de
Elena. Ela tinha olhos que dançavam de entusiasmo, até tinha dentes muito
brancos que fariam com que Hollywood sorrisse.
— Dr.ª Connor? — Alaric disse, parecendo
impressionado.
Meredith não vai
gostar disso,
Bonnie disse.
— Só Celia, por favor. — A mulher disse,
pegando sua mão. — Alaric Saltzman, eu presumo.
— Só Alaric, por favor... Celia.
Meredith
certamente não iria gostar disso,
Elena disse.
— Então, você investigador de fantasmas. —
Celia estava dizendo abaixo deles. — Bem, precisamos de você. Esse lugar tem
fantasmas... Ou já teve. Eu não sei se eles ainda estão aqui ou não.
— Parece interessante.
— Está mais para triste e mórbido. Triste, estranho e mórbido. Tenho escavado todos
os tipos de ruínas, principalmente aquelas onde há uma chance de genocídio. E
vou te dizer: essa ilha não se parece com nenhum outro lugar que eu já estive —
Celia disse.
Alaric já estava tirando coisas de sua
maleta: uma pilha espessa de papéis, uma câmera de vídeo pequena, um notebook.
Ele ligou a câmera e olhou pelo visor, então a apoiou sobre alguns papéis.
Quando, aparentemente, ele tinha Celia em foco, ele pegou o notebook também.
Celia parecia estar se divertindo.
— Quantos meios você precisa para conseguir
informação?
Alaric deu um tapa no lado de sua cabeça e a
sacudiu tristemente.
— Todos os possíveis. A memória começa a
falhar. — Ele olhou ao redor. — Você não está sozinha aqui, né?
— Tirando o zelador e o cara que me leva de
volta à Hokkaido, sim. Tudo começou como uma expedição normal... Havia quatorze
de nós. Mas um por um, os outros haviam morrido ou ido embora. Eu nem ao menos
posso re-enterrar os espécimes… As garotas… Que nós escavamos.
—
Quanto
as pessoas que foram embora ou morreram em sua expedição…
— Bem, primeiro, as pessoas morreram. Então,
essas coisas fantasmagóricas fizeram o resto partir. Eles estavam temerosos por
suas vidas.
Alaric franziu a testa.
— Quem morreu primeiro?
— Sem ser da nossa expedição? Ronald Argyll. Especialista
em cerâmica. Ele estava examinando dois jarros que havíamos encontrado... Bem,
deixarei essa história para depois. Ele caiu de uma escada e quebrou o pescoço.
As sobrancelhas de Alaric se ergueram.
— Isso foi fantasmagórico?
— Para um cara como ele, que esteve neste
negócio por quase vinte anos... Sim.
— Vinte anos? Talvez um ataque cardíaco? E
quando ele caiu da escada... boom. —
Alaric fez um gesto de queda.
— Talvez seja isso mesmo que aconteceu. Você
poderia ser capaz de nos explicar nossos mistérios. — A mulher chique com
cabelo curto mostrou suas covinhas como se fosse uma menina moleca.
Ela estava vestida como uma também, Elena
percebeu: um jeans Levi’s e uma blusa azul e branca com mangas arregaçadas
sobre uma camisola branca.
Alaric se tocou, como se tivesse percebido
que ele era culpado em ficar encarando.
Bonnie e Elena se olharam por cima de sua
cabeça.
— Mas o que aconteceu com todas as pessoas
que viveram na ilha, em primeiro lugar? Aqueles que construíram as casas?
— Bem, nunca houve nenhum deles, para começo
de conversa. Estou deduzindo que o local já se chamava Ilha da Desgraça antes
do desastre que minha equipe estava investigando. Mas até onde eu pude
descobrir, houve meio que uma guerra por aqui... Uma guerra civil. Entre
crianças e adultos.
Dessa vez, quando Bonnie e Elena se olharam,
seus olhos estavam arregalados.
Assim
como lá em casa...
Bonnie começou, mas Elena disse:
Shh,
Ouça.
— Uma guerra civil entre crianças e seus pais? — Alaric repetiu bem
devagar. — Agora, isso é fantasmagórico.
— Bem, é um processo de eliminação. Entenda,
eu gosto de túmulos, desde os construídos até os simples buracos cavados no
chão. E aqui, os moradores não parecem terem sido invadidos. Eles não morreram
de fome ou por causa da seca... Havia trigos em abundância no celeiro. Não
havia sinais de doença. Eu cheguei a acreditar que eles mataram uns aos outros... Pais matando crianças; crianças
matando pais.
— Mas como você pode saber?
— Está vendo essa área quadrada na periferia
do vilarejo? — Celia apontou para uma área num mapa maior ainda que o de
Alaric. — Isso é o que chamamos de Campo
das Virgens Castigadas. É um lugar onde fora cuidadosamente construído os
túmulos atuais, então, ele foi feito antes da guerra vir à tona. Até agora,
escavamos vinte e dois corpos de garotas... A mais velha, ainda na
adolescência.
— Vinte e duas garotas? Todas são garotas?
— Todas
são garotas, pelo menos nesta área. Os garotos vieram depois, quando os caixões
não estavam mais sendo feitos. Eles não estão tão bem preservados, porque todas
as casas foram queimadas ou desabaram, e eles foram expostos ao tempo. As
garotas foram cuidadosa e, às vezes, elaboradamente enterradas; mas as marcas
em seus corpos indicavam que elas foram submetidas a duras punições físicas em
algum momento próximo às suas mortes. E então… Eles levaram estacas em seus
corações.
Os dedos de Bonnie voaram para seus olhos,
como se isso afastasse a terrível visão. Elena olhou Alaric e Celia com
seriedade.
Alaric engoliu em seco.
— Havia estacas em seus corações? — Ele
perguntou inquietamente.
— Sim. Agora eu sei o que você deve estar
pensando: Mas o Japão não tem qualquer tipo de tradição com vampiros. Kitsune...
Raposas… São, provavelmente, o mais próximo análogo.
Agora, Elena e Bonnie pairavam sobre o mapa.
— E kitsunes bebem sangue?
— Só kitsune. A língua japonesa tem um modo
interessante de expressar o plural. Mas a resposta para a sua pergunta: não.
Eles são lendários brincalhões, e um exemplo do que eles fazem é possuir
garotas e mulheres, e levar homens à destruição... Enterrando-os em pântanos ou
coisa parecida. Mas aqui… Bem, você quase poder ler como se fosse um livro.
— Você faz parecer como se fosse um. Mas não
seria um que eu pegaria para ter momentos de prazer. — Alaric disse, e ambos
riram friamente.
— Então, continuando com o lance do livro,
parece que a doença se espalhou, com o tempo, em todas as crianças da cidade.
Houve batalhas mortais. Os pais nem ao menos conseguiram chegar aos seus barcos
de pesca para tentarem escapar da ilha.
Elena...
Eu sei. Pelo
menos, Fell’s Church não se localiza em uma ilha.
— E temos aquilo que achamos no santuário da
cidade. Posso te dizer que... Foi por isso que Ronald Argyll morreu.
Ambos foram para dentro do edifício, até que
Celia parou ao lado de dois grandes jarros, que estavam em cima de pedestais,
com uma coisa hedionda entre eles. Parecia um vestido, que se tornara quase
branco por causa do tempo, e que mostrava, através dos furos da roupa, ossos. O
pior, havia um osso sem carne e bem esbranquiçado em cima de um dos jarros.
— Era nisso que Ronald estava trabalhando lá
no campo, antes dessa chuva toda vir. — Celia explicou. — Provavelmente, essa
foi a última morte dos habitantes originais e foi um suicídio.
— Como você pode saber disso?
— Me deixe ver se consigo explicar à base das
notas de Ronald. A sacerdotisa aqui não tem qualquer outro dano do que aquele
que causou sua morte. O santuário fora um edifício de pedra... Um dia. Quando
chegamos aqui, encontramos somente um andar, no qual todos os degraus de pedra
despencaram, de todas as formas possíveis. Daí o porquê de Ronald ter caído da
escada. É uma coisa bem técnica, mas Ronald Argyll foi um grande patologista
forense e confio em sua leitura da
história.
— Que seria? — Alaric estava filmando o
interior dos jarros e os ossos com sua câmera.
— Alguém... Que não sabemos quem... Fez um
furo em cada jarro. Isso foi antes do caos começar. Os registros da cidade
fizeram nota como se fosse um ato de vandalismo, uma brincadeira feita por uma
criança. Mas muito tempo depois, os buracos foram fechados novamente, exceto
naquele onde a sacerdotisa tem suas mãos mergulhadas até o pulso.
Com infinito cuidado, Celia levantou a tampa
do jarro que não tinha um osso pendurado nele para revelar outro par de ossos
alongados, ligeiramente menos esbranquiçados, e com tiras do que haviam sido
suas roupas. Pequenos ossos dos dedos das mãos estavam dentro do jarro.
— O que Ronald pensou foi que essa pobre
mulher morreu tentando fazer um último e desesperado ato. Muito inteligente, se
você ver por esse ângulo. Ela cortou seu pulso... Você pode ver como o tendão está murcho no
braço mais preservado... E então, ela deixou todo o conteúdo de seu fluxo sanguíneo
cair no jarro. Sabemos que o jarro tem grandes quantidades de sangue em seu
interior. Ela estava tentando atrair alguma coisa ou, talvez, tentando afastar algo. Ela morreu tentando, e,
provavelmente, esperava usar seus últimos momentos de consciência para segurar
seus ossos nos jarros.
— Caramba! — Alaric passou a mão pela testa,
mas tremia ao mesmo tempo.
Tire
fotos! Elena mandava mentalmente para ele, usando todo o seu Poder para
transmitir a ordem. Ela pôde ver que Bonnie fazia o mesmo, de olhos fechados,
punhos cerrados.
Como se obedecesse a seus comandos, Alaric
tirava fotos o mais rápido que podia.
Finalmente, ele terminou. Mas Elena sabia
que, sem um estímulo, ele não mandaria essas imagens à Fell’s Church antes que
ele mesmo chegasse à cidade — no qual, nem mesmo Meredith sabia quando iria
ser.
O que
fazemos? Bonnie perguntou à Elena, parecendo angustiada.
Bem, as
minhas lágrimas eram reais quando Stefan estava na prisão.
Você quer que a
gente chore em cima dele?
Não, Elena disse, nem tão
paciente. Mas estamos parecendo
fantasmas... Vamos agir como tal. Tente assoprar atrás do pescoço dele.
Bonnie assoprou, e
ambas viram Alaric tremer, olhar para os lados e fazer com que seu blusão
ficasse mais próximo de seu corpo.
— E
quanto as outras mortes, aquelas que ocorreram na sua expedição? — Ele
perguntou, encolhendo-se, olhando à sua volta, aparentemente sem rumo.
Celia começou a falar, mas nem Elena ou
Bonnie estavam ouvindo. Bonnie continuou assoprando o pescoço de Alaric em
diferentes direções, conduzindo seu olhar para a única janela que não estava
quebrada. Lá, Elena havia escrito uma frase com seus dedos no vidro frio. Uma
vez que ela via Alaric olhando para aquela direção, ela soltava seu hálito na
sentença: mande tudo para meredith agora!
Toda vez que Alaric olhava para a janela, ela assoprava para atualizar as
palavras.
E finalmente, ele viu.
Ele deu um pulo de quase cinco centímetros
para trás. Então, bem devagar, ele rastejou de volta à janela.
Elena atualizou a escrita para ele. Dessa
vez, ao invés de pular, ele simplesmente passou a mão sobre os olhos e olhou
novamente.
— Hey, Sr. Caça-Fantasmas — Disse Celia. — Tá
tudo bem?
— Eu não sei. — Alaric admitiu. Ele passou a
mão sobre os olhos de novo, mas Celia estava chegando e Elena não soprou sobre
a janela.
— Pensei ter visto uma... Uma mensagem
dizendo para mandar cópias das fotos desses jarros para Meredith.
Celia ergueu uma sobrancelha.
— Quem é Meredith?
— Oh.
Ela… Ela é uma de minhas estudantes recém-formadas. Acho que isso a
interessaria.
Ele olhou para a câmera.
— Ossos e
jarros?
—
Bem,
você se interessou por eles ainda jovem, se sua reputação estiver correta.
— Oh, sim. Eu adorava assistir um pássaro
morto se decompor, ou encontrar ossos e tentar descobrir de qual animal ele
era. — Celia disse, sorrindo de novo. — Quando eu tinha uns seis anos. Mas eu
não era como a maioria das garotas.
— Bem... Nem Meredith
é. — Alaric disse.
Elena e Bonnie olhavam-se seriamente agora.
Alaric havia implícito que Meredith era especial, mas ele não havia dito isso, e ele não havia mencionando o
quase-noivado deles.
Celia chegou mais perto.
— Você vai mandar isso tudo para ela?
Alaric riu.
— Bem, toda essa atmosfera e tudo o mais...
Eu não sei. Deve ter sido minha imaginação.
Celia virou-se justo quando ela o havia
alcançado e Elena atualizou mais um vez a mensagem. Alaric jogou suas mãos para
cima, em gesto de desistência.
— Acho que a Ilha da Desgraça não tem conexão
com satélite. — Ele disse, impotente.
— Não. — Celia disse. — Mas a balsa estará de
volta em um dia, e você poderá mandar tudo o que quiser... Se você realmente
for fazer isso.
— Acho que é o melhor a se fazer. — Alaric disse.
Elena e Bonnie estavam ao seu lado, uma de
cada lado.
Mas foi aí que as pálpebras de Elena
começaram a se fechar.
Oh,
Bonnie, me desculpe. Eu queria conversar contigo depois de tudo isso, e ter
certeza de que você está bem. Mas estou caindo... Não consigo...
Ela conseguiu deixar
as pálpebras abertas. Bonnie estava em posição fetal, dormindo profundamente.
Tenha
cuidado, Ela sussurrou, sem saber ao certo se sussurrara. E enquanto ela
flutuava para longe, ela prestou atenção em Celia e no modo como Alaric falava
com aquela mulher linda e talentosa, somente um ano mais velha que ele. Ela
teve medo por Meredith, que estava acima de qualquer coisa.
Capítulo
14
Na manhã seguinte,
Elena percebeu que Meredith ainda parecia pálida e lânguida, e que seus olhos
se afastavam caso acontecesse de Stefan olhar para ela. Mas era um momento de
crise, e assim que a louça do café da manhã estava lavada, Elena fez uma
reunião na sala. Lá, ela e Stefan explicaram o que Meredith havia perdido
durante a visita dos xerifes. Meredith sorriu palidamente quando Elena contou
como Stefan os havia banido como se fosse cachorros vira-latas. Então, Elena
contou a história de sua experiência fora do corpo. Ao menos, provava que
Bonnie estava viva e relativamente bem. Meredith mordeu o lábio quando a Sra.
Flowers disse isso, o que fez com que ela quisesse ir pessoalmente à Dimensão
das Trevas parar tirar Bonnie de lá.
Mas, por outro lado, Meredith queria ficar e
aguardar as fotografias de Alaric.
Se isso pudesse salvar Fell’s Church...
Ninguém na pensão poderia questionar o que
havia acontecido na Ilha da Desgraça. Estava acontecendo aqui, no outro lado do
mundo. Até alguns pais em Fell’s Church tiveram seu filhos levados pelo
Departamento de Serviços de Proteção a Crianças de Virgínia. As punições e os
retalhamentos já haviam começado. Quanto tempo demoraria antes que Shinichi e
Misao transformassem todas as crianças em armar letais... Ou será que eles já
as haviam transformado? Quanto tempo demoraria até que um pai histérico matasse
uma criança?
O grupo sentado na sala discutiu planos e
métodos. No fim, eles decidiram fazer jarros idênticos aos que Elena e Bonnie
haviam visto, e rezaram para que pudessem reproduzir a escrita. Esses jarros,
eles tinha certeza, eram onde Shinichi e Misao foram isolados originalmente do
resto da Terra.
Portanto, Shinichi e Misao caberiam nas
pequenas acomodações dos jarros. Mas o que grupo de Elena faria para atraí-los
de volta para dentro?
Poder, eles decidiram. Somente uma boa
quantidade de Poder que fosse irresistível para os gêmeos kitsune. É por isso
que a sacerdotisa havia tentado atraí-los com seu próprio sangue. Agora, isso
significava derramar inteiramente um líquido de uma Esfera Estelar... Ou
derramar sangue de um vampiro extraordinariamente poderoso. Ou de dois
vampiros. Ou de três.
Todos estavam concentrados, pensando a
respeito. Eles não sabiam o quanto de sangue seria necessário... E Elena temia
que fosse mais do que eles pudessem bancar. Havia sido mais do que a
sacerdotisa pôde bancar.
E então, houve um silêncio que só Meredith
pôde preencher:
— Tenho certeza que você estiveram se
perguntando a respeito disso. — Ela disse, produzindo aquela arma do nada,
enquanto Elena assistia.
Como ela conseguiu
fazer isso? Elena se perguntou. Ela não a tinha a poucos segundos, e agora lá
estava ela.
Todos olharam para a beleza e elegância que a
luz do Sol proporcionava para a arma.
— Quem quer que tenha feito isso — Matt disse
—, tinha uma grande imaginação.
— Foi um dos meus ancestrais. — Meredith
disse. — E não irei contestar isso.
— Eu tenho uma pergunta — Elena disse. — Se
você tinha isso desde o começo do seu treinamento; se você fora criada neste
mundo, você alguma vez tentou matar Stefan? Você tentou me matar quando eu me transformei em uma vampira?
— Queria poder ter uma boa resposta para
isso. — Meredith disse, seus olhos acinzentados se entristeceram. — Mas não
tenho. Tenho pesadelos a respeito disso. Mas o que posso dizer que teria feito se eu fosse uma pessoa
diferente?
— Eu não te perguntei isso. Perguntei, para a
pessoa que você é, se você fora treinada...
— O
treinamento é uma lavagem cerebral. —
Meredith disse severamente.
Sua face composta parecia estar prestes a
desmoronar.
— Ok, esqueça. Você teria matado Stefan, se
tivesse essa coisa?
— Se chama estaca de combate. E nós somos chamados... Pessoas como minha
família, exceto por meus pais que deram pra trás... De caçadores.
Houve uma espécie de suspiro ao redor da
mesa. A Sra. Flowers serviu para Meredith mais chá de ervas, que estava próximo
a um tripé.
— Caçadores. — Repetiu Matt com certo
deleite. Não era difícil de dizer em quem ele estava pensando.
— Vocês podem nos chamar assim. — Meredith
estava dizendo. — Ouvi dizer que há Caça-Assassinos lá fora. Mas aqui, seguimos
com a tradição.
Elena, de repente, se sentiu como se fosse
uma garotinha perdida. Ali estava Meredith, sua irmã mais velha Meredith,
dizendo essas coisas. A voz de Elena estava quase suplicante.
— Mas você não respondeu quanto a Stefan.
— Não, não respondi. E, não, eu não acho que
teria coragem de matar alguém... A menos que tivesse sofrido uma lavagem
cerebral. Mas eu sabia que Stefan te
amava. Sabia que ele nunca te
transformaria em uma vampira. O problema era que... Não tinha certeza absoluta
quanto a Damon. Eu não sabia se você estava brincando com os dois. Acho que ninguém sabia. — A voz de Meredith
estava angustiada também.
— Exceto por mim — Elena disse, corando, com
um sorriso torto. — Não fique triste, Meredith. Tudo se resolveu.
— Você chama ter de abandonar sua família e
sua cidade, porque todos pensam que você está morta, de resolvido?
— Sim. — Elena respondeu desesperadamente. —
Se isso significa que eu possa ficar com Stefan.
Ela fez o seu melhor para não pensar em
Damon.
Meredith olhou para ela fixamente por um
instante, em seguida colocou seu rosto em suas mãos.
— Você quer contar a eles, ou devo fazer as
honras? — Ela perguntou, levantando o rosto e encarando Stefan.
Stefan parecia assustado.
— Você se lembra?
— Provavelmente o tanto quanto você conseguiu
arrancar de minha mente. Alguns pedaços. Coisas que eu não quero lembrar.
— Ok.
Agora, Stefan se sentia aliviado, e Elena
sentia-se com medo. Stefan e Meredith tinham um segredo juntos?
— Sabemos que Klaus fez, no mínimo, duas
visitas à Fell’s Church. Sabemos que ele era... Completamente maligno... E que
na segunda visita que planejava uma matança em série. Ele matou matou Sue
Carson e Vicki Bennett.
Elena interrompeu quietamente.
— Ou, ao menos, ajudou Tyler Smallwood a
matar Sue, assim, Tyler pôde ser iniciado como um lobisomem. E então, Tyler
deixou Caroline grávida.
Matt limpou a garganta, como se algo lhe
ocorresse.
— H’m... Caroline tem que matar alguém para
ser um lobisomem por completo, também?
— Acho que não. — Elena disse. — Stefan disse
que só por ter um bebê lobisomem já é o suficiente. De qualquer forma, sangue
foi derramado. Caroline será um lobisomem por completo quando ela tiver seus
gêmeos, mas ela começará a se transformar involuntariamente antes disso. Certo?
Stefan concordou.
— Certo. Mas voltando ao Klaus: O que ele
deve ter feito em sua primeira visita? Ele atacou... Sem matar... Um senhor que
exercia o ofício de Caçador.
— Meu avô. — Meredith sussurrou.
— E ele mexeu tanto com a cabeça do avô de
Meredith que esse senhor tentou matar sua esposa e sua neta de três anos.
Então, o que há de errado nesta história?
Elena estava realmente apavorada agora. Ela
não queria ouvir o que estava prestes a vir.
Ela pôde sentir o gosto de sua bile, e ficou
feliz por ter só comido uma torrada de café da manhã. Se houvesse alguém com
que se preocupar, como a Bonnie, ela se sentiria melhor.
— Desisto. O que há de errado? — Matt perguntou abruptamente.
Meredith estava com um olhar distante
novamente.
Finalmente, Stefan disse:
— Com o risco de parecer uma novela chata... Meredith
tinha, ou tem, um irmão gêmeo.
Um silêncio mortal caiu sobre o grupo na
sala. Até mesmo a Mama da Sra.
Flowers não havia dito uma palavra.
— Tinha
ou tem? — Matt finalmente disse,
quebrando o silêncio.
— Como podemos saber? — Stefan disse. — Ele
pode ter sido morto. Imagine Meredith tendo que ver isso. Ou ele pode ter sido
raptado. Para ser morto mais tarde... Ou para se transformar em um vampiro.
— E você acha mesmo que os pais dela não
contariam algo como isso? — Matt exigiu. — Ou tentariam fazê-la esquecer? Quando
ela tinha... O que, já três anos?
A Sra. Flowers, que havia estado quieta o
tempo todo, agora falava tristemente.
— A própria amada Meredith deve ter decidido
bloquear a verdade. Para uma criança de três anos, é difícil de dizer. Se elas
não tiverem um ajuda profissional... — Ela dava um olhar questionador à
Meredith.
Meredith sacudiu a cabeça.
— Contra o código. — Ela disse. — Quer dizer,
estritamente falando, eu não devia estar contando nada disso a vocês,
especialmente a Stefan. Mas não pude agüentar mais... Tendo tão bons amigos e,
constantemente, os enganando.
Elena levantou-se e abraçou Meredith bem
forte.
— Nós entendemos. — Ela disse. — Não sei o
que aconteceria no futuro caso você decidisse ser uma Caçadora ativ...
— Posso prometer que meus amigos não estariam
na minha lista de vítimas. — Meredith disse. — Aliás — Ela adicionou. —
Shinichi sabe. Eu sou a pessoa que manteve um segredo dos meus amigos a minha
vida toda.
— Não mais. — Elena disse, e a abraçou de
novo.
— Pelo menos, não há mais segredos. — A Sra.
Flowers disse gentilmente,e Elena olhou para ela bem nitidamente.
Nada
era assim tão simples. E Shinichi havia feito um punhado de previsões.
Então ela olhou para os olhos azuis e suaves
da velha mulher, e soube que o que mais importava agora não eram verdades ou
mentiras, mas simplesmente dar um conforto à Meredith. Ela ergueu os olhos para
Stefan, enquanto ainda estava abraçando Meredith, e viu o mesmo olhar em seus
olhos.
E isso, de alguma forma, fez com que ela se
sentisse melhor.
Porque, se fosse verdade esse lance de “sem
mais segredos”, então ela teria que descobrir seus sentimentos sobre Damon. E
ela tinha mais medo disso do que de encarar Shinichi, o que era de se esperar,
na verdade.
— Pelo menos, temos o instrumento para se
fazer cerâmica... Em algum lugar. — A Sra. Flowers estava dizendo. — Eu tenho
um fogãozinho também, embora ele esteja coberto de Devil’s Shoestring. Costumava fazer vasinhos e colocá-los no lado
de fora da pensão, mas aí vieram as crianças e os destruíram. Acho que posso
fazer um jarro igual ao que você viu se você puder desenhá-lo para mim. Mas,
talvez, seja melhor esperar pelas fotos do Sr. Saltzman.
Matt estava murmurando algo para Stefan.
Elena não pôde entender até que ela ouviu a
voz de Stefan em sua mente.
Ele
disse que Damon uma vez lhe contara que essa casa é como uma toca, onde você
pode encontrar qualquer coisa se
procurar com vontade.
Não foi
Damon que descobriu isso! Acho que a Sra. Flowers havia dito primeiro, e ele só
repassou a mensagem, Elena retornou animadamente.
— Quando conseguirmos as fotos — A Sra.
Flowers estava dizendo intensamente — podemos pedir às Saitou para traduzirem a
escrita.
Finalmente, Meredith se afastou de Elena.
— E até lá, podemos rezar para que Bonnie não
se meta em problemas. — Ela disse, e sua voz e rosto estavam calmos novamente.
— Eu vou começar agora.
Bonnie tinha certeza que podia ficar longe de
problemas.
Ela havia tido um sonho estranho... Um, no
qual, ela saía de seu corpo e ia com Elena para a Ilha da Desgraça. Felizmente,
parecia ser uma real experiência fora do corpo, e não algo que ela tivesse de
refletir e tentar encontrar um significado oculto. Isso não queria dizer que ela estava condenada ou coisa assim.
Além do mais, ela conseguira sobreviver outra
noite no quarto marrom, e Damon viria
buscá-la logo. Mas não antes de ela comprar um bombom. Ou dois.
Sim, ela havia sentido o gosto de um na
história da noite passada, mas Marit era uma menininha tão boazinha que havia
esperado até o jantar para comer mais. O jantar estava na próxima história dos
Dustbins, que ela plugara em sua mente na nesta manhã. Mas havia o horror ao
ver a pequena Marit experimentando sua primeira caça: um pedaço de fígado cru,
ainda fresco. Rapidamente, Bonnie tirou a Esfera Estelar de sua têmpora, e
havia determinado a não fazer nada que pudesse levá-la ao canibalismo.
Mas então, compulsivamente, ela estaca
contando o seu dinheiro. Ela tinha dinheiro. Ela sabia onde era a loja. E isso
significava… Ir às compras!
Quando o horário de ir ao banheiro chegou,
ela teve uma conversinha com o garoto que geralmente a levava ao banheiro
externo. Dessa vez, ela o deixara bastante corado e após dar-lhe um puxão na
orelha, ela implorou para que ele desse a chave para que ela fosse sozinha —
como se ela já não soubesse o caminho. Ele cedeu e a deixou ir, só pedindo para
que se apressasse.
E ela se apressou... Indo para o outro lado
da rua, adentrando na lojinha, que cheirava a chocolate e caramelo puxado a
mão, além de outros cheiros deliciosos que ela teria descoberto de olhos
vendados.
Ela também sabia o que queria. Ela pôde
imaginá-lo com base na história, sem falar no sabor daquele que Marit havia
comprado.
O bombom era redondo como uma ameixa, e ela
já havia experimentado tâmaras, amêndoas, algumas especiarias, mel... E algumas
passas, também. Devia custar somente cinco dólares, de acordo com a história,
mas Bonnie havia levado consigo quinze, no caso de alguma emergência.
Uma vez lá fora, Bonnie olhou cautelosamente
à sua volta. Havia muitos clientes na loja, talvez seis ou sete. Uma menina com
cabelo castanho estava usando os mesmos trapos que Bonnie, e parecia exausta.
Disfarçadamente, Bonnie avançou em sua direção e colocou uma nota de cinco na
mão rachada da garota, pensando: Aqui... Agora, ela poderá comprar um bombom
também; isso deve animá-la.
E animou: a garota deu-lhe o tipo de sorriso
que a Mãe Dustin muitas vezes teria dado à Marit, caso ela tivesse feito algo
adorável.
Será que devo falar com ela?
— Aqui parece bem movimentado. — Ela
sussurrou,
A garota sussurrou de volta:
— Tem estado mesmo. Ontem, eu fiquei
esperando o dia todo, mas sempre aparecia um nobre quando outro saía.
— Quer dizer que você tem que esperar a loja
estar vazia para...?
— Mas é claro... A menos que você esteja
comprar algo para seu amo.
— Qual o seu nome? — Bonnie sussurrou.
— Kelta.
— Sou Bonnie.
Nisso, Kelta explodiu em gargalhadas
silenciosas e convulsivas.
Bonnie se sentiu ofendida.
Ela havia dado a Kelta um bombom... Ou ao
menos, o preço de um, e agora a garota estava rindo dela.
— Desculpe. — Kelta disse quando sua crise
passou. — Mas você não acha engraçado que, neste tempo, muitas garotas mudaram
seus nomes para Alianas, Mardeths e Bonnas? Até alguns escravos tiveram permissão de mudar.
— Mas por quê? — Bonnie sussurrou com verdadeiro
e espanto.
Kelta disse:
— Por quê? Para ficar igual à
história, é claro. Para ser nomeada assim depois que elas mataram a velha
Bloddeuwedd enquanto ela voava enlouquecida pela cidade.
— Isso foi importante?
— Você não sabe? Depois que ela
morreu, todo o seu dinheiro foi para o quinto setor, onde viveu; e há tanto
dinheiro que se pôde criar um feriado. Eu sou de lá. E costumava ter tanto medo
quando era mandada para enviar uma mensagem ou coisa parecida depois de
escurecer, porque ela poderia estar acima de você e você nem ao menos saber,
até... — Kelta havia colocado todo seu dinheiro em um bolso e então imitou o
com sua mão inocente uma garra.
— Mas você é uma Bonna de verdade. — Kelta
disse, mostrando dentes branquíssimos ao invés de sujos. — Pelo menos, é o que
você diz.
— Sim, — Bonnie disse, sentindo-se vagamente
triste. — Sou Bonna, isso aí!
A seguir, ela se iluminou.
— A loja está vazia! Vazia! Oh, você é sinônimo
de boa sorte, Bonna! Estive aqui esperando por dois dias.
Ela se aproximou do balcão com uma falta de
medo que fora encorajador para Bonnie. Então, ela pediu algo chamado gelatina
de sangue que lembrava à Bonnie aqueles pacotinhos de Jell-O*, com algo bem escuro dentro. Kelta sorriu para
Bonnie embaixo de seus longos e despenteados cabelos e foi embora.
*Jell-O é uma marca de gelatina
famosa nos EUA.
O homem que gerenciava a loja de doces
continuava olhando para a porta, claramente esperando que alguém que fosse
livre — um nobre — entrasse. Nenhum entrou, entretanto, e por fim ele virou-se
para Bonnie.
— E o que você quer? — Ele exigiu.
— Só um bombom, por favor? — Bonnie tentou
fazer com que sua voz não tremesse.
O homem estava entediado.
— Me mostro o seu passaporte. — Ele disse bem
irritado.
Foi neste momento que Bonnie, de repente,
soube que tudo estava indo muito errado.
— Vamos, vamos, me mostre! — Ainda olhando
para seus livros de contabilidade, o homem estalou os dedos.
Enquanto isso, Bonnie corria sua mão pelos
seus trapos, no qual ela sabia que não havia um bolso, quem dirá um passaporte.
— Mas eu pensei que não fosse preciso, exceto
para atravessar os setores. — Ela balbuciou finalmente.
O homem, agora, inclinou-se sobre balcão.
—
Então, me mostre o seu passaporte de liberdade. — Ele disse.
Então, Bonnie
fez a única coisa que pôde pensar. Ela virou-se e correu, mas antes que pudesse
chegar à porta ela sentiu uma ardência, seguida de uma dor, nas costas; então,
tudo ficou embaçado e ela nunca soube quando deu de cara com o chão.
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