Leitura Semanal - Diários do Vampiro, os caçadores: Fantasma #1


Sinopse: O passado nunca está longe... Elena Gilbert e seus amigos salvaram Fell's Church dos espíritos malignos, mas a libertação da cidade veio com um preço: a vida de Damon Salvatore. Agora, como nada estando no caminho, Elena e Stefan podem finalmente ficar juntos. Então, por que Elena não consegue parar de sonhar com Damon? Enquanto os sentimentos de Elena por Damon crescem, uma nova escuridão está se formando em Fell's Church. Elena foi até o inferno e voltou, mas esse demônio não é nada igual ao que ela já viu antes. Sua única meta é matar Elena e a todos que ela ama.

Antes de começarem a leitura, quero ressaltar algumas coisas:

  • Esse livro foi escrito pela autora, antes de ser demitida, mas algumas partes foram mudadas pela ghostwriter;
  • A ghostwriter mudou o sobrenome da Meredith, tirando "Sulez" e colocando "Suarez", mas ela volta a escrever "Sulez" no próximo volume;
  • Os olhos de Elena começam a ser descritos como "azuis safira" e não mais "azuis lápis-lazúli";
  • Quiseram fazer com que os livros ficassem próximos à série, então colocaram o Klaus como um "Original", e não mais um "Antigo", assim como Bonnie passa a ser uma bruxa;
  • O temperamento de Damon passa ser igual ao da série, e este Damon fala palavrão (sendo que em "Meia-Noite" a Elena disse que ele nunca falaria isso na frente dela).
E, como é de praxe, se for copiar o texto a seguir para algum outro site, por favor colocar os créditos! Ajude o trabalho do tradutor e dê ibope ao site. Boa leitura! :)

1

 Elena Gilbert pisou em uma vastidão de grama lisa, as lâminas esponjosas entrando em colapso sob seus pés. Aglomerados de rosas vermelhas delphiniums cresciam a partir do chão, enquanto um dossel gigante pendurava-se acima dela, com cintilantes lanternas brilhantes. No terraço à sua frente estavam duas fontes de mármore que disparavam jatos de água para o alto. Tudo era bonito, elegante e, de certa forma, familiar.
  Esse é o palácio de Bloddeuwedd, uma voz em sua cabeça disse. Mas da última vez em que ela esteve aqui, o campo estava lotado de risadas e de festeiros. Eles já não estavam ali agora, embora os sinais de suas presenças permanecessem: copos vazios enchiam as mesas que estavam ao redor das bordas do gramado; um xale de seda fora jogado em cima de uma cadeira; um sapato de salto alto solitário estava à beira de uma fonte.
  Mais alguma coisa estava estranha, também. Antes o lugar tinha sido iluminado por uma luz vermelha infernal que iluminava tudo na Dimensão das Trevas, transformando coisas azuis em púrpuras, brancas em rosas, e rosas em uma cor vermelho aveludada. Agora, uma luz clara brilhava acima de tudo, e uma lua cheia branca navegava acima de sua cabeça.
  Um sussurro de um movimento veio por trás dela, e Elena percebeu que ela não estava sozinha afinal de contas. Uma figura negra de repente estava , se aproximando dela.
  Damon.
  É claro que era Damon, Elena pensou com um sorriso. Se alguém fosse aparecer atrás dela, ali, no que parecia ser o fim do mundo — ou, pelo menos, o momento em que uma boa festa termina —, seria Damon. Deus, ele era tão bonito. Preto com preto: cabelo preto macio, olhos tão escuros quanto a meia-noite, jeans preto e uma jaqueta de couro macia.
  Quando seus olhos se encontraram, ela estava tão feliz em vê-lo que ela mal podia respirar. Ela jogou-se em seus braços, segurando-o pelo pescoço, sentindo os músculos ágeis e duros em seus braços e peito.
  — Damon — ela disse, sua voz tremendo por algum motivo.
Seu corpo estava tremendo, também, e Damon agarrou seus braços e ombros, acalmando-a.
  — O que foi, princesa? Não me diga que está com medo.
  Ele sorriu preguiçosamente para ela, suas mãos eram fortes e estáveis.
  — Eu estou com medo — ela respondeu.
  — Mas você tem medo de quê?
  Isso a deixou perplexa por um momento. Então, bem devagar, colocando sua bochecha contra a dele, ela disse:
  — Tenho medo de que isso seja só um sonho.
  — Eu vou te contar um segredo, princesa — ele disse em sua orelha. — Você e eu somos as únicas coisas reais aqui. Todo o resto é um sonho.
  — Só você e eu? — Elena ecoou, um pensamento apreensivo a incomodava, como se ela estivesse se esquecendo de algo... ou de alguém.
  Uma mancha de cinza caiu sobre seu vestido, e ela a tirou distraidamente.
  — Somos só nós, Elena — Damon disse nitidamente. — Você é minha. Eu sou seu. Nós nos amamos desde o começo dos tempos.
  É claro. Deve ser por isso que ela estava tremendo — era de alegria. Ele era dela. Ela era dele. Eles pertencem um ao outro.
  Ela sussurrou uma palavra:
  — Sim.
  Então ele a beijou.
  Seus lábios eram tão macios quanto seda, e quando o beijo se aprofundou, ela inclinou sua cabeça para trás, expondo seu pescoço, antecipando o duplo ferroar de vespa que ele fazia tantas e tantas vezes.
  Quando ele não veio, ela abriu seus olhos questionavelmente. A lua estava tão brilhante como sempre, e o perfume das rosas pendia pesadamente no ar. Mas as características esculpidas de Damon estavam pálidas abaixo de seu cabelo escuro, e mais cinzas haviam caído em seus ombros e jaqueta. De uma vez, as pequenas dúvidas que tinham sido incômodas para ela vieram à tona.
  Oh, não. Oh, não.
  — Damon — ela arfou, olhando dentro de seus olhos desesperadamente enquanto lágrimas preenchiam seus próprios olhos. — Você não pode estar aqui, Damon. Você está... morto.
  — Por mais de quinhentos anos, princesa — Damon mostrou seu sorriso ofuscante para ela.
  Mais cinzas estavam caindo ao redor deles, como uma fina chuva acinzentada, as mesmas cinzas no qual Damon estava enterrado, mundos e dimensões distantes.
  — Damon, você está... morto agora. Não morto-vivo, mas... você se foi.
  — Não, Elena...
  Ele começou desaparecer e piscar, como uma lâmpada prestes a se queimar.
  — Sim. Sim! Eu te abracei enquanto você morria...
  Elena estava chorando, impotente. Ela mal podia sentir os braços de Damon agora. Ele estava desaparecendo sob a luz cintilante.
  — Ouça, Elena...
  Ela estava segurando o luar. Uma angústia chegou em seu coração.
  — Tudo que você tem que fazer é me chamar — a voz de Damon disse. — Tudo que você tem que fazer...
  Sua voz desvaneceu sob o som do vento farfalhando sobre as ávores.
  Os olhos de Elena se abriram. Através de uma neblina ela registrou que estava em um quarto coberto de luz e um grande corvo empoleirava-se no peitoril de uma janela aberta. O pássaro inclinou sua cabeça para um lado e crocitou, olhando-a com grande olhos.
  Um calafrio percorreu sua espinha.
  — Damon? — Ela sussurrou.
  Mas o corvo apenas abriu suas asas e voou para longe.

2

 Querido diário,
  EU ESTOU EM CASA! Eu mal posso ousar acreditar, mas aqui estou eu.
  Acordei com uma estranha sensação de que não sabia onde estava e simplesmente fiquei deitada aqui sentindo o cheiro de algodão e tecido macio dos lençóis, tentando descobrir o porquê tudo parecia ser tão familiar.
  Eu não estava na mansão da Lady Ulma. Lá, eu dormia aninhada no cetim mais suave e veludo mais macio, e o ar cheirava a incenso. E eu não estava na pensão: a Sra. Flowers lava a roupa de cama com alguma mistura de ervas estranhas que Bonnie diz ser para proteção e bons sonhos.
  E, de repente, eu soube. Eu estava em casa. As Guardiãs conseguiram! Elas me trouxeram para casa.
  Tudo e nada mudaram. É o mesmo quarto em que eu dormia quando era bebezinha: minha cômoda em madeira de cerejeira polida e cadeira de balanço; o cãozinho de pelúcia preto e branco, que Matt ganhara no festival de inverno no nosso primeiro ano, em cima de uma prateleira; minha escrivaninha com suas gavetas; o antigo e ornamentado espelho acima de minha cômoda; e os pôsteres de Monet e Klimt da exposição do museu que tia Judith me levou em Washington, DC. Até mesmo meu pente e minha escova estão alinhados ordenadamente lado a lado na minha cômoda. Tudo está como deveria ser.
  Saí de minha cama e usei um abridor de cartas de prata da escrivaninha para erguer a tábua secreta no chão do meu closet, meu velho esconderijo, e encontrei este diário, justo onde eu o escondi há tantos meses atrás. A última entrada é aquela que eu escrevi antes do Dia dos Fundadores, em novembro, antes de eu... morrer. Antes de eu sair de casa e nunca mais voltar. Até agora.
  Nesta entrada eu detalhei nosso plano para pegar de volta o meu outro diário, aquele que Caroline roubou de mim, no qual ela estava planejando ler em voz alta para todos que estavam presentes, sabendo que isso arruinaria minha vida. No dia seguinte, eu me afoguei na Ponte Wickery e voltei como vampira. E então eu morri novamente e retornei como humana, viajei para a Dimensão das Trevas e tive centenas de aventuras. E meu velho diário esteve aqui onde eu o deixei, abaixo do meu closet, à minha espera.
  A outra Elena, aquela que as Guardiãs plantaram na memória de todos, esteve aqui todos esses meses, indo à escola e vivendo uma vida normal. Essa Elena não escreveu aqui. Estou aliviada, sério. Não seria muito estranho ver entradas no diário com a minha letra e não me lembrar de nada das coisas que estavam escritas? Embora isso pudesse ser bem útil. Eu não tenho ideia do que as outras pessoas de Fell's Church pensam que aconteceu nesses meses desde o Dia dos Fundadores.
  Toda a cidade de Fell's Church ganhou uma segunda chance. Os kitsune destruíram essa cidade em um ato de pura ação maliciosa. Opondo crianças contra seus pais, fazendo pessoas destruírem a si mesmas e às pessoas que amam.
  Mas agora nada disso jamais aconteceu.
  Se as Guardiãs cumpriram com o que prometeram, todos que morreram agora estão vivos novamente: a coitada da Vicki Bennet e Sue Carson, assassinadas por Katherine, Klaus e Tyler Smallwood, no inverno; o desagradável Sr. Tanner; aqueles inocentes que os kitsune mataram ou fizeram com que morressem. Eu. Tudo de volta, todos com uma segunda chance.
E, exceto por mim e meus amigos íntimos — Meredith, Bonnie, Matt, meu querido Stefan e a Sra. Flowers —, ninguém sabe que a vida não foi a mesma desde o Dia dos Fundadores.
Todos nós ganhamos uma nova chance. Conseguimos. Nós salvamos a todos.
  Todos, exceto Damon. Ele nos salvou, no fim, mas não conseguimos salvá-lo. Não importa o quão duro nós tentáramos ou como desesperadamente imploramos, não havia jeito das Guardiãs de trazê-lo de volta. E vampiros não reencarnam. Eles não vão para o céu ou inferno, ou para qualquer outro lugar de vida após a morte. Eles simplesmente... desaparecem.

  Elena parou de escrever por um momento e tomou um fôlego profundo. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas ela se inclinou sobre seu diário novamente. Ela tinha que contar toda a verdade se ainda havia motivos de manter um diário.

  Damon morreu em meus braços. Foi agonizante vê-lo partir. Mas eu nunca vou deixar Stefan saber como eu realmente me sentia em relação a seu irmão. Isso seria cruel — e que bem faria isso agora?
  Eu ainda não posso acreditar que ele se foi. Não havia ninguém tão vivo quanto Damon — ninguém que amasse a vida mais do que ele. Agora ele nunca saberá...

  Nesse momento a porta do quarto de Elena de repente se abriu, e Elena, seu coração na garganta, fechou seu diário. Mas a intrusa era somente sua irmãzinha, Margaret, vestida com um pijama de flores cor-de-rosa, seu sedoso cabelo cor de milho estava reto e arrepiado no meio igual a penas de tordo. A menina de cinco anos não desacelerou até que ela estivesse quase em cima de Elena — e, então, ela lançou-se pelo ar até ela.
  Ela pousou diretamente sobre sua irmã mais velha, tirando-lhe o fôlego. As bochechas de Margaret estavam molhadas, seus olhos brilhavam, e suas mãozinhas agarraram Elena.
Elena encontrou-se abraçando-a firmemente, sentindo o peso de sua irmã, inalando o doce perfume do xampu de bebê e Play-Doh.
  — Eu senti sua falta! — Margaret disse, sua voz à beira de um soluço. — Elena! Eu senti tanto a sua falta!
  — O quê?
  Apesar de seu esforço em manter sua voz firme, Elena pode ouvi-la tremendo. Ela percebeu com surpresa que ela não havia visto Margaret — visto-a realmente — por mais de oito meses. Mas Margaret não podia saber disso.
  — Você sentiu muito a minha falta desde a hora de dormir que você teve que vir correndo me encontrar?
  Margaret se afastou um pouco de Elena e a encarou. Havia um olhar naqueles olhos de cinco anos de idade de Margaret, um olhar de conhecimento, que enviou um arrepio na espinha de Elena.
  Mas Margaret não disse uma palavra. Ela simplesmente apertou Elena com mais força, enroscando-se e deixando sua cabeça descansar no ombro de Elena.
  — Eu tive um pesadelo. Sonhei que você tinha me deixado. Que você tinha ido embora.
  A última palavra foi um gemido silencioso.
  — Oh, Margaret — Elena disse, abraçando o corpo quente da irmã —, foi só um sonho. Eu não estou indo a lugar nenhum.
  Ela fechou seus olhos e ficou abraçada com Margaret, rezando para que sua irmã tivesse tido mesmo só um pesadelo, que ela não tivesse escapado do feitiço das Guardiãs.
  — Certo, biscoitinho, é hora de levantar — disse Elena depois de alguns minutos, fazendo cócegas gentilmente em Margaret. — Vamos ter um fabuloso café da manhã juntas? Posso te fazer panquecas?
  Margaret sentou-se e então fixou o olhar em Elena com seus grandes olhos azuis.
  — Tio Robert está fazendo waffles — ela disse. — Ele sempre faz waffles nas manhãs de domingo. Lembra?
  Tio Robert. Certo. Ele e tia Judith haviam se casado depois de Elena morrer.
  — Claro, ele faz, coelhinha — ela disse levemente. — Eu me esqueci por um minuto que hoje é domingo.
  Agora que Margaret havia mencionado isso, ela pôde ouvir alguém lá em embaixo, na cozinha. E o cheiro de algo delicioso sendo cozido. Ela fungou.
  — Isso é bacon?
  Margaret concordou.
  — Corrida até a cozinha!
  Elena riu e se levantou.
  — Dê-me um minuto para acordar direito. Eu te encontro lá embaixo.
  Eu vou poder falar com tia Judith novamente, ela percebeu com uma explosão repentina de alegria.
  Margaret saltou para fora da cama. À porta, ela parou e olhou de volta para sua irmã.
  — Você vai mesmo descer, certo? — Ela perguntou hesitantemente.
  — Eu vou mesmo — Elena disse e Margaret sorriu e foi em direção ao hall.
  Olhando-a, Elena foi atingida mais uma vez ao ver o quão incrível era aquela segunda chance — terceira, na verdade — que lhe fora dada. Por um momento Elena ficou encharcada pela essência de sua querida e amada casa, um lugar que ela nunca pensou que viveria novamente. Ela podia ouvir a voz alegre de Margaret tagarelando lá embaixo, a voz rouca de Robert respondendo. Ela era tão sortuda, apesar de tudo, em estar de volta em casa. O que poderia ser mais maravilhoso?
  Seus olhos se encheram de lágrimas e ela os fechou levemente. Que coisa idiota de se pensar. O que poderia ser mais maravilhoso? O corvo no parapeito de sua janela poderia ter sido Damon, se ela soubesse que ele estava lá fora, em algum lugar, pronto para lançar seu sorriso preguiço ou até mesmo provocá-la, isso sim poderia ter mais maravilhoso.
  Elena abriu seus olhos e piscou com força alguma vezes, afastando as lágrimas. Ela não poderia desmoronar. Não agora. Não quando ela estava prestes a ver sua família novamente. Agora ela sorriria, riria e abraçaria sua família. Mais tarde ela poderia entrar em colapso, saciando sua dor interna, deixando-se chorar. Afinal, ela tinha todo o tempo do mundo para lamentar por Damon, porque perdê-lo jamais deixaria de doer.

2 comentários:

  1. Adorei... ñ vejo a h de ler os capítulos seguintes... obrigada pela dedicação, em manter os fãs desses livros, bem atualizados. Parabéns pelo site!!!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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