Leitura Semanal - Diários do Vampiro, os caçadores: Fantasma #8




Sinopse: O passado nunca está longe... Elena Gilbert e seus amigos salvaram Fell's Church dos espíritos malignos, mas a libertação da cidade veio com um preço: a vida de Damon Salvatore. Agora, como nada estando no caminho, Elena e Stefan podem finalmente ficar juntos. Então, por que Elena não consegue parar de sonhar com Damon? Enquanto os sentimentos de Elena por Damon crescem, uma nova escuridão está se formando em Fell's Church. Elena foi até o inferno e voltou, mas esse demônio não é nada igual ao que ela já viu antes. Sua única meta é matar Elena e a todos que ela ama.
Antes de começarem a leitura, quero ressaltar algumas coisas:
  • Esse livro foi escrito pela autora, antes de ser demitida, mas algumas partes foram mudadas pela ghostwriter;
  • A ghostwriter mudou o sobrenome da Meredith, tirando "Sulez" e colocando "Suarez", mas ela volta a escrever "Sulez" no próximo volume;
  • Os olhos de Elena começam a ser descritos como "azuis safira" e não mais "azuis lápis-lazúli";
  • Quiseram fazer com que os livros ficassem próximos à série, então colocaram o Klaus como um "Original", e não mais um "Antigo", assim como Bonnie passa a ser uma bruxa;
  • O temperamento de Damon passa ser igual ao da série, e este Damon fala palavrão (sendo que em "Meia-Noite" a Elena disse que ele nunca falaria isso na frente dela).
E, como é de praxe, se for copiar o texto a seguir para algum outro site, por favor colocar os créditos! Ajude o trabalho do tradutor e dê ibope ao site. Boa leitura! :)

15

 Assim que Elena falou o nome de Caleb, a pessoa no penhasco começou a se afastar da linha de visão deles. Após um momento de hesitação, Matt começou a percorrer o caminho em direção ao local onde eles haviam visto o corpo.
  Pode ser bobeira, Elena pensou, o modo como todos agiram como se estivessem sendo ameaçados.
  Qualquer um tinha o direito de subir a trilha da Hot Springs, e Caleb... se é que era o Caleb... não havia feito nada a não ser olhar para baixo, para eles. Todavia, havia algo ameaçador na figura pairando tão cautelosamente lá em cima, e a reação deles não parecia ser boba.
  Bonnie arfou e seu corpo relaxou enquanto ela saía do transe.
  — O que aconteceu? — Ela perguntou. — Oh, nossa, de novo não.
  — Você se lembra de alguma coisa? — Elena disse.
  Bonnie sacudiu sua cabeça pesarosamente.
  — Você disse “Ele quer você, Elena” — disse Celia, examinando Bonnie com um entusiasmo clínico em seu olhar. — Você não se lembra de quem você se referia?
  — Eu acho que se ele queria a Elena, poderia ser qualquer um — Bonnie disse, seus olhos se estreitando.
  Elena a encarou. Havia uma ponta maliciosa no tom de Bonnie? Mas Bonnie sorriu lamentosamente de volta para ela, e Elena decidiu que o comentário havia sido apenas uma piada.
  Alguns minutos mais tarde, Matt voltou da trilha, sacudindo a cabeça.
  — Quem quer que fosse, sumiu — ele disse, sua testa enrugada, confuso. — Eu não consegui ver ninguém na trilha em nenhuma das direções.
  — Você acha que ele é um lobisomem, igual ao Tyler? — Bonnie perguntou.
  — Você não é a primeira pessoa que me pergunta isso — Elena disse, olhando para Stefan. — Eu não sei. Eu acho que não, porém. Caleb parece totalmente normal e legal. Lembram como Tyler tinha aparência de lobo antes mesmo de ele se tornar um lobisomem? Aqueles grandes dentes brancos e meio animalescos? Caleb não é assim.
  — Então, por que ele nos espionaria?
  — Não sei — Elena disse de novo, frustrada.
  Ela não conseguia pensar nisso agora. Sua mente ainda estava presa naquela questão: Damon poderia estar vivo? O que Caleb tinha de importância, comparado a isso?
  — Talvez ele só estivesse escalando. Eu não tenho certeza se era o Caleb. Poderia ter sido qualquer outro garoto com cabelo loiro cacheado. Somente um escalador qualquer que se assustou quando Matt saiu correndo atrás deles.
  A discussão deles ficou dando voltas até que uma hora Alaric levou Meredith para o hospital para checarem seu tornozelo. O resto se dirigiu ao topo da cachoeira para recolherem os restos do piquenique.
  Todos mordicaram batatinhas, brownies e frutas, e fez para si mesmo um cachorro-quente no hibachi, mas a alegria havia sumido.
  Quando o celular de Elena tocou, foi um alívio bem-vindo.
  — Oi, tia Judith — ela disse, forçando um tom alegre em sua voz.
  — Olá — tia Judith disse apressadamente. — Ouça, eu tenho que ir ao auditório ajudar a fazer o cabelo e a maquiagem das garotas, e Robert já tem que sair do trabalho mais cedo para chegar a tempo ao recital. Poderia me fazer um favor e ir burcar algumas flores para Margaret no seu caminho para casa? Algo doce e bailarinesco, se entende o que eu quero dizer.
  — Sem problemas — Elena disse. — Sei exatamente o que você quer dizer. Vejo vocês lá.
  Ela queria esquecer por um tempo: esquecer escaladores misteriosos, quase afogamentos e suas contantes alterações de esperança e desespero sobre a aparência do nome de Damon. Assistir sua irmãzinha rodopiar em um tutu parecia ser a coisa certa.
  — Que maravilha — disse tia Judith. — Obrgiada. Bem, se vocês estiverem no topo da Hot Springs, é melhor começarem a descer logo.
  — Ok, tia Judith — Elena disse. — Eu já estou indo.
  Elas disseram adeus, e Elena desligou e começou a juntar suas coisas.
  — Stefan, posso pegar seu carro? — Ela pediu. — Eu preciso chegar ao recital de dança da Margaret. Você pode dar uma carona para ele, certo, Matt? Eu ligo mais tarde para vocês aí começamos a trabalhar para entendermos tudo isso.
  Stefan ficou em pé.
  — Eu vou com você.
  — O quê? — Elena disse. — Não, você precisa ficar com Celia e ir ao hospital para cuidar de Meredith, também.
  Stefan pegou seu braço.
  — Não vá, então. Você não devia ficar sozinha agora. Nenhum de nós está a salvo. Há algo lá fora nos caçando, e devemos ficar juntos. Se não perdemos ninguém de vista, então podemos proteger um ao outro.
  Seu olhos verdes estavam claros e cheios de ansiedade e amor, e Elena sentiu uma ponta de remorso enquanto ela soltava seu braço gentilmente de seu aperto.
  — Eu preciso ir — ela disse em silêncio. — Se eu ficar o tempo todo com medo e me escondendo, então as Guardiãs também deviam ter me deixado morta. Eu preciso ficar com minha família e viver o máximo de normalidade possível.
  Ela o beijou com gentileza, prolongando por um minuto o toque macio de seus lábios.
  — E você sabe que eu ainda não fui marcada — ela disse. — Nada mencionou meu nome. Mas eu prometo tomar cuidado.
  Os olhos de Stefan ficaram duros.
  — E quanto ao que Bonnie disse? — Ele argumentou. — Que ele a quer? E se isso significa que é o Caleb? Ele fica direto ao redor de sua casa, Elena! Ele poderia ir atrás de você a qualquer momento!
  — Bem, eu não estar lá. Estou indo a um recital de dança com minha família ao meu lado — Elena apontou. — Nada vai acontecer comigo hohe. Não é minha vez, é?
  — Elena, não seja burra! — Stefan rebateu. — Você está em perigo.
  Os pelos de Elena se arrepiaram. Burra? Stefan, não importa o quão estressado ou ansioso estivesse, jamais teria tratado-a com menos do que total respeito.
  — Como é?
  Stefan se aproximou dela.
  — Elena — ele disse —, deixe-me ir contigo. Ficarei com você até o anoitecer e então manterei vigia do lado de fora da sua casa.
  — Não é realmente necessário — Elena disse. — Proteja Meredith e Celia, ao invés. Elas são aquelas que precisam de você.
  O rosto de Stefan caiu, e ele parecia tão devastado que ela cedeu um pouquinho, adicionando:
  — Por favor, não se preocupe, Stefan. Eu vou tomar cuidado, e verei a todos vocês amanhã.
  A mandíbula dele se fechou e ele não disse mais nada, então ela virou-se e fez seu caminho pela trilha, sem olhar para trás.

  Uma vez que eles estavam de volta à pensão, Stefan não conseguiu relaxar.
  Ele não conseguia lembrar, em toda a sua existência, de se sentir tão irritável e inconfortável dentro de seu próprio corpo. Ele se coçava e doía de ansiedade. Era como se sua pele estivesse muito apertada por sobre seus ossos, e ele se movia irritantemente, batendo seus dedos contra a mesa, torcendo o pescoço, encolhendo os ombros, indo para frente e para trás na cadeira.
  Ele quer você, Elena. O que diabos isso significava? Ele quer.
  E o aparecimento de uma figura escura e pesada no penhasco, um sombra riscando o sol, aquele cabelo loiro cacheado brilhando como uma auréola por cima da cabeça da pessoa...
Stefan sabia que devia estar com Elena. Tudo que ele queria fazer era protegê-la.
  Mas ela o havia dispensado, havia — metaforicamente, pelo menos — dado um tapinha em sua cabeça e dito para ficar lá, o fiel cão de guarda que era, e cuidar dos outros. Manter os outros a salvo. Não importava se ela estivesse em perigo, que alguém — que ele — a queria. Ainda assim, ela não queria que Stefan ficasse ao seu lado.
  O que Elena queria? Agora que Stefan parou para pensar nisso, parecia que Elena queria uma série de coisas incompatíveis. Ter Stefan como seu cavaleiro leal. No qual ele sempre seria e sempre será, ele assegurou para si mesmo, apertando seus pulsos com força.
  Mas ela também queria se apegar às lembranças de Damon, e manter aquela parte que ela havia compartilhado com ele privada e entocadamente, separar aquilo dos outros, até mesmo de Stefan.
  E ela queria muito mais, também: ser a salvadora de seus amigos, de sua cidade, de seu mundo. Ser amada e admirada. Estar no controle.
  E ser uma garota normal de novo. Bem, aquela vida normal que ela vivera havia sido destruída para sempre quando ela conhecera Stefan, quando ele fez a escolha de deixá-la a par de seu mundo. Ele sabia que era sua culpa, tudo, tudo que aconteceu após isso, mas ele não se arrependia de tê-la com ele agora. Ele a amava demais para ter um pingo de arrependimento. Ela era o centro de seu mundo, mas ao mesmo tempo, ele sabia que não era a mesma coisa para ela.
  Um buraco dentro dele abriu-se de saudade, e ele moveu-se inquieto em sua cadeira. Seus dentes caninos se alongaram em sua boca. Ele não conseguia lembrar a última vez em que se sentiu tão... errado. Ele não conseguia tirar Caleb de sua cabeça, olhando para eles do topo do penhasco, como se estivesse checando para ver se aquela violência que ele esperava ter causado houvesse passado.
  — Mais chá, Stefan? — A Sra. Flowers perguntou para ele com delicadeza, acabando com seus pensamentos furiosos.
  Ela estava inclinada por cima da mesinha com o bule, seus grandes olhos olhando para ele por de trás de seus óculos. Sua face era tão cheia de compaixão que ele se perguntava se ela conseguia ver dentro dele. Essa sábia senhora sempre parecia perceber muito mais do que os outros; talvez ela pudesse dizer como ele estava se sentindo agora.
  Ele percebeu que ela ainda estava esperando educadamente por sua resposta, o bule suspenso em uma mão, e ele concordou automaticamente.
  — Obrigado, Sra. Flowers — ele disse, oferecendo pela quarta vez o seu copo, no qual ainda estava meio cheio de chá frio.
  Ele não gostava do gosto da bebida de humanos; ele não gostava há um longo tempo, mas às vezes beber com eles fazia com que ele se encaixasse, faziam os outros relaxarem um pouco ao estarem ao seu redor. Quando ele não comia ou bebia nada, ele podia sentir os amigos de Elena cochichando, os pelos de suas nucas se eriçando, como se alguma voz em seus subconscientes notasse que ele não era como eles, adicionando as outras pequenas diferenças que ele não podia controlar, e assim concluindo que ele era o errado.
  A Sra. Flowers encheu o copo dele e sentou-se de novo, satisfeita. Pegando seu tricô — algo rosa e fofinho —, ela sorriu.
  — É tão bom ter jovens por aqui — ela comentou. — Igual a vocês, um grupo adorável.
  Olhando para os outros, Stefan teve que se perguntar se a Sra. Flowers estava sendo gentilmente sarcástica.
  Alaric e Meredith haviam voltado do hospital, onde seu ferimento havia sido diagnosticado como uma torção leve e tratado por uma enfermeira de plantão. O rosto normalmente sereno de Meredith estava duro, provavelmente por causa da dor e de sua irritação por saber que não poderia ficar em pé durante uns dias.
  E, parcialmente, Stefan suspeitou, por causa de onde ela estava sentada. Por alguma razão, quando Alaric a ajudou a mancar até a sala e até o sofá, ele a havia colocado bem ao lado de Celia.
  Stefan não se considerava um expert em romance — afinal, ele viveu centenas de anos e só se apaixonara duas vezes, e seu romance com Katherine havia sido um desastre —, mas até ele podia sentir a tensão entre Meredith e Celia. Ele não tinha certeza se Alaric estava absorto disso como parecia, ou se ele se fingia de desentendido na esperança de que a situação melhorasse.
  Celia colocou um vestido de verão branco e elegante e ficou folheando uma revista intitulada Antropologia Forense, parecendo despreocupada e composta. Meredith estava, pelo contraste, anormalmente suja e manchada, suas belas feições e pele de olívia desfigurada pelo cansaço e dor. Alaric havia se sentado na cadeira ao lado do sofá.
  Celia, ignorando Meredith, inclinou-se em direção a Alaric.
  — Eu acho que você vai achar isso interessante — ela disse para ele. — É um artigo sobre padrões dentários em corpos mumificados encontrados em uma ilha próxima a Unmei no Shima.
  Meredith deu para Celia um olhar sórdido.
  — Oh, claro — ela disse em silêncio. — Dentes, que fascinantes.
  A boca de Celia se comprimiu em uma linha, mas ela não respondeu.
  Alaric pegou a revista com um murmuro educado de interesse, e Meredith franziu.
  Stefan franziu, também. Toda essa tensão zumbindo entre Meredith, Celia e Alaric — e agora ele assistia, ele podia dizer que Alaric sabia exatamente o que estava acontecendo entre as duas jovens e estava lisonjeado, irritado e ansioso em partes iguais — estava interferindo nos Poderes de Stefan.
  Quando ele se sentou para tomar sua primeira xícara de chá, seguindo relutantemente as ordens de Elena para “ficar”, Stefan esteve mandando pequenas partes de Poder, tentando sentir se Elena havia chegado em casa, ou se alguma coisa havia ficado em seu caminho. Se Caleb a tivesse parado.
  Mas ele não foi capaz de achá-la, mesmo com seus sentidos esticados no limite. Uma vez ou outra, ele pegava o que parecia ser uma impressão fugaz de um som bem específico, e uma aura que era inconfundivelmente a de Elena, mas então ela sumia dele.
  Ele culpava o fato de não conseguir localizá-la a fraqueza de seus Poderes, mas agora estava claro o que o impedia de encontrá-la. Todas essas emoções nesta sala: os corações batendo, o aumento da raiva, o picante aroma de inveja.
  Stefan se recompôs, tentou dominar a fúria que crescia dentro dele. Essas pessoas — seus amigos, ele lembrou a si mesmo — não estavam interferindo de propósito. Eles não conseguiam evitar suas emoções. Ele deu um gole em seu chá morno, tentando relaxar antes que perdesse o controle, e estremeu com o sabor. Chá não era o que ele estava querendo, ele percebeu. Ele precisava logo sair até a floresta e caçar. Ele precisava de sangue.
  Não, ele precisava descobrir exatamente o que Caleb Smallwood estava tramando. Ele ficou em pé abruptamente, tão violentamente que a cadeira rangeu vacilante por trás dele.
  — Stefan? — Matt perguntou em sua voz alarmada.
  — O que foi? — Os olhos de Bonnie estavam enormes.
  Stefan olhou ao redor do círculo de distrações, agora todos olhando para ele.
  — Tenho que ir.
  Então ele se virou e correu.

16

 Ele andou por um longo, longo tempo, apesar de o ambiente nunca mudar. A mesma luz turva filtrada com uma constante nuvem de cinzas. Ele se arrastou através da sujeira, através da lama, atrás da água preta que lhe cobriam os joelhos.
  Ocasionalmente, ele esticava seu pulso e olhava de novo para os cachos de cabelo. Cada vez que fazia isso, o líquido mágico os clareava um pouquinho mais, mudando de um fragmento de negrume fibroso para dois cachos de cabelos brilhantes, vermelho e dourado.
  Ele continuou a andar.
  Tudo doía, mas ele não conseguia parar. Se ele parasse, ele voltaria a afundar nas cinzas e lama, de volta ao seu túmulo... de volta à sua morte.
  Algo sussurrou na ponta de sua mente. Ele não sabia bem o que estava acontecendo com ele, mas palavras e frases giravam em sua cabeça.
  Palavras como abandonado, palavras como sozinho.
  Ele estava muito frio. Ele continuou andando. Após um tempo, ele percebeu que estava murmurando:
  — Deixaram-me sozinho. Eles nunca deixariam ele aqui.
  Ele não conseguia se lembrar quem era esse ele, mas sentiu uma leve satisfação ao ressentimento que crescia. Ele se segurou nisso enquanto continuava sua marcha.
  Após o que pareceu ser uma eternidade imutável, algo aconteceu. À sua frente ele pôde ver o portal que ele havia imaginado: inspirado nos castelos de contos de fada, preto como a noite.
  Ele caminhou mais rápido, seus passos se embaralhando com as cinzas. E então a terra se abriu de repente debaixo de seus pés. No tempo de uma batida de coração, ele estava caindo no nada. Algo dentro dele uivou:
  Agora não, agora não.
  Ele se agarrou com todas as suas forças à terra, seus braços evitando que ele caísse, seus pés balançando no vazio abaixo dele.
  — Não — ele gemeu. — Não, eles não podem... Não me deixem aqui. Não me abandonem de novo.
  Seus dedos escorregaram, lama e cinza deslizando para baixo de suas mãos.
  — Damon? — Uma voz incrédula rugiu.
  Uma grande figura muscular apareceu à sua frente, a silhueta em contraste com as luas e planetas no céu, seu peito nu, grande, emaranhados de cabelos caíam em espiral por cima de seus ombros. Essa figura de homem abaixou-se e pegou-o pelos braços, levando-o para cima.
  Ele gritou de dor. Algo embaixo da terra grudou-se em suas pernas e estava puxando-o de volta para baixo.
  — Aguente firme! — O outro cara resmungou, os músculos trabalhando.
  Ele fez um grande esforço e soltou o que que que estivesse agarrado a Damon — Damon, o homem o havia chamado disso, e parecia ser certo, de alguma forma. O outro cara deu um grande puxão, e finalmente a força de lá embaixo o soltou, e ele subiu com tudo para cima da terra, derrubando seu salvador.
  Damon estava ofegante no chão, exausto.
  — Você devia estar morto — o outro cara disse para ele, ficando em pé e erguendo uma mão para Damon se estabilizar.
  Ele tirou um longo cacho de cabelo de seu rosto e olhou para Damon com um olhar sério e agitado.
  — O fato de você não estar... bem, não estou tão surpreso quanto deveria.
  Damon piscou para seu salvador, quem estava olhando para ele atenciosamente. Ele molhou seus lábios e tentou falar, mas sua voz não saía.
  — Tudo esteve perturbado por aqui desde que seus amigos foram embora — o cara disse. — Algo essencial se deslocou deste universo. As coisas não estão bem.
  Ele sacudiu sua cabeça, seus olhos atentos.
  — Mas me diga, mon cher, como foi que você chegou até aqui?
  Por fim Damon conseguiu encontrar sua voz. Veio áspera e trêmula.
  — Eu... não sei.
  O cara imediatamente foi todo cortês.
  — Eu acho que devido a situação, é necessário um Black Magic, oui? E um pouco de sangue, talvez, e uma chance para se limpar. E então, Damon, temos que conversar.
  Ele fez um gesto para em direção ao castelo negro à frente deles. Damon hesitou por um momento, olhando para o vazio e cinzas ao seu redor, então marchou atrás dele para a entrada.

  Após Stefan ter saído da sala tão de repente, todos só conseguiam encará-lo enquanto ele fechava a porta da frente, sinalizando que ele havia saído de casa bem rápido. Bonnie abraçou seus próprios braços, tremendo. Uma pequena voz em sua cabeça disse que algo estava muito, muito errado.
  Celia finalmente quebrou o silêncio.
  — Interessante — ela disse. — Ele é sempre tão... intenso? Ou é só uma coisa de vampiro?
  Alaric riu secamente.
  — Acredite ou não, ele sempre pareceu ser calmo e prático para mim. Eu não me lembro de ele ser tão volátil.
  Ele correu sua mão por seu cabelo de areia e adicionou pensativamente:
  — Talvez seja o contraste com seu irmão que fez com que ele parecesse tão racional. Damon sempre foi bem imprevisível.
  Meredith franziu pensativamente.
  — Não, você tem razão. Essa não é a forma que Stefan age. Será que ele está emocional por causa da ameaça de Elena? Mas isso não faz sentido... ela já esteve em perigo antes. Mesmo quando ela morreu... ele ficou de coração partido, mas fez com que ele ficasse mais responsável, não mais selvagem.
  — Mas quando Elena estava morta — Alaric a lembrou —, a pior coisa que ele poderia pensar já tinha acontecido. É possível que o que esteja deixando-o tão agitado seja não saber qual ameaça está vindo desta vez.
  Bonnie bebericou seu chá, zoneando enquanto Meredith fazia h'mmm toda pensativa, e Celia erguía uma sobrancelha ceticamente.
  — Eu ainda não entendo o que você quer dizer quando diz que Elena morreu. Está sugerindo que ela voltou dos mortos?
  — Sim — Meredith disse. — Ela se transformou em vampira, então ela ficou exposta ao sol morreu fisicamente. Eles a enterraram e tudo mais. Mais tarde... meses depois... ela retornou. Ela é humana novamente, no entanto.
  — Eu acho isso tudo muito difícil de acreditar — Celia disse sem rodeios.
  — Sinceramente, Celia — disse Alaric, jogando suas mãos para cima em exasperação. — Com tudo que você viu desde que chegamos aqui... sua echarpe quase a sufocando, então mencionando um nome, Bonnie tendo uma visão, Stefan praticamente voando para te salvar... Eu não sei por que você diz que não acredita que uma garota conseguiu voltar dos mortos.
  Ele pausou e tomou fôlego.
  — Não quis ser rude, mas é a verdade.
  Meredith sorriu.
  — Acredite ou não, é verdade. Ele voltou dos mortos.
  Bonnie envolveu um logo cacho de cabelo vermelho em volta de seus dedos. Ela assistia enquanto seu dedo ficava branco e vermelho em volta do cacho. É claro que eles estavam falando da Elena. Todo mundo sempre falava da Elena. Estando ela com eles ou não, tudo que faziam ou pensavam era centrado em Elena.
  Alaric virou-se para adicionar para todo o grupo:
  — Stefan parece estar convencido de que “ele quer você” significa ser o Caleb, mas não tenho certeza que seja isso. Pelo o que eu vi das visões de Bonnie, e o que vocês me contaram, é difícil elas serem aquilo que está à nossa frente. A aparição de Caleb... se é que era o Caleb... poderia ter sido uma coincidência. Você não acha, Meredith?
  Oh, não se incomodem em me perguntar sobre as visões, Bonnie pensou amargamente. Eu sou a única que as tem.
  Porém, não é sempre assim? Ela sempre era aquela que era esquecida.
  — Poderia ser uma coincidência — Meredith disse duvidosamente. — Mas se não era de Caleb quem ela estava falando, então quem é? Quem quer Elena?
  Bonnie olhou por debaixo de seus cílios para Matt, mas ele estava olhando para fora da janela, aparentemente avulso por completo da conversa. Ela podia notar que Matt ainda amava Elena, mesmo se ninguém mais soubesse. Era uma pena: Matt era demasiadamente fofo. Ele poderia namorar qualquer uma, mas estava demorando demais para ele esquecê-la.
  Mas ninguém parecia ser capaz de esquecer Elena. Metade dos garotos da Robert E. Lee High School iam atrás dela melancolicamente, como se ela pudesse tropeçar e cair em seus braços. Com certeza a maioria dos garotos que Elena saiu havia ficado um pouco apaixonado por ela, mesmo depois de Elena ter esquecido seus nomes quase que por completo.
  Não é justo, Bonnie pensou, enrolando seu cabelo com mais força ao redor de seu dedo. Todos sempre queriam Elena, e Bonnie nunca teve um namorado que durasse mais do que algumas semanas. O que havia de errado com ela? As pessoas sempre diziam que ela era uma gracinha, adorável e divertida... e então olhavam para Elena, e era como se eles não conseguissem mais ver Bonnie.
  E quando Damon, o incrível e sexy Damon, havia se apaixonado, às vezes, por ela, quando ela não estava tentando enganar a si mesma, ela sabia que ele não a havia visto, também.
Sou sempre a reserva, esse é o problema, Bonnie pensou com tristeza.
  Elena era a estrela; Meredith, a heroína; Bonnie era a reserva.
  Celia limpou sua garganta.
  — Tenho que confessar que estou intrigada com a aparição dos nomes — ela disse rigidamente. — De fato eles parecem apontar algum tipo de ameaça. Querendo ou não, a visão de Bonnie pode estar se referindo a qualquer coisa.
  Bonnie lançou um olhar desagradável para Celia, mas Celia ignorou.
  — Temos que investigar com outros olhos ou algum contexto que possa explicar a aparição dos nomes. Devemos descobrir se há algo na registrado história humana parecido com esse tipo de coisa que está acontecendo. Uma desgraça iminente, se quiserem chamar assim.
  Ela deu um leve sorriso para sua própria piada.
  — Mas o que investigaríamos? — Bonnie disse, encontrando-se respondendo de má vontade para a maneira professoral de Celia. — Eu nem saberia por onde começar a procurar por algo assim. Um livro de maldições, talvez? Ou de mau presságios? Você tem algo assim na sua biblioteca, Sra. Flowers?
  A Sra. Flowers sacudindo sua cabeça.
  — Receio que não, querida. Minha biblioteca, como você sabe, é em suma sobre ervas. Eu tenho alguns livros especializados, mas não me lembro de nenhum que possa ser útil a este problema.
  Quando ela mencionou “livros especializados”, as bochechas de Bonnie ficaram quentes. Ela pensou no grimório sobre comunicação com os mortos, que ainda estava embaixo do assoalho de seu quarto, e rezou para que a Sra. Flowers não tivesse notado que ele havia sumido.
  Após alguns segundos, suas bochechas estavam normais o bastante para ela ousar olhar ao redor, mas somente Meredith estava olhando para ela, uma elegante sobrancelha erguida. Se Meredith desconfiasse de alguma coisa, ela não descansaria até ter toda a história contada por Bonnie, então Bonnie deu a ela um grande sorriso e cruzou seus dedos em suas costas, desejando boa sorte. Meredith ergueu sua outra sobrancelha e olhou para ela com uma suspeita profunda.
  — Na verdade — Celia disse —, eu tenho um contato na Universidade de Virgínia que estuda folclore e mitologia. Ela é especializada em bruxaria, religião folclórica e todo esse tipo de coisa.
  — Você acha que poderia chamá-la? — Alaric disse cheio de esperança.
  Celia franziu.
  — Eu acho que seria melhor se eu fosse lá por alguns dias. Sua biblioteca não é tão bem organizada... eu acho que indica o tipo de mente que estuda histórias ao invés de fatos... e deve demorar um pouco até eu descobrir algo de útil. Eu acho que seria uma boa se eu saísse um tempo da cidade, de qualquer forma. Após duas ameaças de morte em dois dias — ela apontou para Meredith, quem corou —, estou começando a achar que Fell's Church não seja o lugar mais saudável para mim.
  Ela olhou para Alaric.
  — Você pode achar a biblioteca dela interessante, caso decida vir comigo. A Dra. Beltram é uma das mais conhecidas em sua área.
  — H'm... — Alaric parecia sobressaltado. — Obrigado, mas seria melhor se eu ficasse aqui e ajudasse Meredith. Estando ela com o tornozelo torcido e tudo o mais.
  — H'mm-h'mmm — Celia olhou para Meredith de novo.
  Meredith, quem continuamente aparentava estar mais deleitada a cada segundo desde o momento em que Celia dissera que estava partindo, a ignorou e sorriu para Alaric.
  — Bem, eu acho que deveria ligar para ela e juntar minhas coisas. Não há tempo a perder.
  Celia ficou parada, alisou seu vestido de verão, e saiu pela porta, a cabeça erguida. Enquanto ela passava, ela tombou com a mesa próxima à cadeira da Sra. Flowers, jogando seu tricô no chão.
Bonnie soltou o fôlego quando Celia deixou a sala.
  — Ora, francamente! — Ela disse, indignada.
  — Bonnie — disse Matt em advertância.
  — Eu sei — disse Bonnie com raiva. — Ela ao menos poderia ter dito “Perdão”, certo? E o que foi aquilo de ela pedir a Alaric para ir com ela até a Universidade? Ele acabou de chegar, praticamente. Ele não viu você há meses. É claro que ele não a abandonaria de novo justo agora.
  — Bonnie — disse Meredith, em uma voz estranhamente chocada.
  — O quê? — Bonnie disse, captando a estranheza em seu tom e olhando ao redor. — Oh. Oh. Oh, não.
  O tricô da Sra. Flowers havia caído da mesa, e o emaranhado de fios havia se enrolado pelo chão, desenrolando-se. Agora, em ondulações de uma rosa claro, eles podiam ler claramente uma palavra sendo escrita pelo carpete:
 bonnie

15 comentários:

  1. Quando vai ter os próximos capítulos ? Vc vai continuar ??

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  2. Cade os próximos capítulos ?

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  3. É ?? Vc n vai continuar ??????? Quero saber o q vai acontecer c/ o Damon ???????

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  4. prooximos capituloos :(

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  5. quando vão ser postados os próximos capítulos???

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  6. eu quero o proximo por favor ><

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  7. Proximos capítulos!!!!!! please!

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  8. Quando sai os próximos capítulos? Muito anciosa para ler

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  9. cade os capítulos seguintes?? por favor, quero muito ler!!!

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  10. cadeee o proximo??!!

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  11. Cara!!! Kd os próx capítulos??????

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  12. quando vai voltar os capitulos? D:

    ja estamos em maio e nada :(

    porfavor publiquem novos capitulos

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  13. ñ quem responda qdo os próx cap estarão por aqui??

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  14. kd o resto dos capitulos o que acontece com a bonnie?? e damon volta pra dimensao da terra??e meredith com alaric oque acontece??e a doida da celia (nao goatei dessa vaka)

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