Leitura Semanal - Diários do Vampiro, o retorno: Meia-Noite #6
Sinopse: Elena retorna da Dimensão das Trevas, tendo liberto seu namorado vampiro Stefan Salvatore do aprisionamento... Mas não sem uma consequência. Sua salvação custará bastante. Ainda se recuperando do último choque, eles são forçados a encarar os demônios que dominaram Fell's Church. Elena deve tomar uma decisão que custará seu amor: Damon ou Stefan?
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Capítulo 9
Damon deixou sua mão cair. Ele simplesmente não podia fazer isso. Bonnie fraca, boba, indefesa, fácil de enganar...
É isso, ele pensou. Eu vou usar isso! Ela é tão ingênua...
— Me solte só por um segundo — Ele persuadiu. — Então, poderei pegar a estaca.
— Não! Você vai pular, se eu fizer isso! O que é uma estaca? — Bonnie disse, tudo em um só fôlego.
... E teimosa e inflexível...
— Bonnie — disse ele em voz baixa — Estou falando sério. Se você não me soltar, eu farei com que me solte... E você não vai gostar disso, é uma promessa.
— Faça o que ele diz — Meredith pediu em algum lugar ali perto. — Bonnie, ele está indo para a Dimensão das Trevas! Você acabará indo com ele e vocês dois se tornarão escravos desta vez! Pegue minha mão!
— Pegue a mão dela! — Damon rugiu, enquanto a luz piscava, um pouco menos brilhante.
Ele pôde sentir Bonnie começar a soltá-lo, tentando ver onde Meredith estava, e então, ele a ouviu dizer:
— Eu não posso...
E então, eles estavam caindo.
A última vez em que tinham viajado através de um Portal, eles tinha sido fechados em uma caixa que parecia um elevador. Dessa vez, eles estavam simplesmente voando. Havia uma luz, e lá estavam eles, tão cegos que falar parecia ser impossível. Havia apenas a bela, brilhante e flutuante luz...
E então, eles estavam num beco, tão estreito que mal permitia que eles olhassem um para o outro, e entre os edifícios, tão altos que não havia quase nenhuma luz lá embaixo, onde eles estavam.
Não... Esse não era o motivo, Damon pensou. Ele se lembrava daquela luz vermelha-sangue que estava sempre presente. Ela não estava vindo de um lado ou de outro daquele beco; isso significava que eles estavam dentro daquele crepúsculo cor de vinho.
— Você percebe onde estamos? — Damon exigiu num sussurro furioso.
Bonnie concordou, parecendo feliz por já ter deduzido.
— Basicamente, estamos nas profundezas da...
— Merda!
Bonnie olhou ao seu redor.
— Não sinto cheiro de nada. — Ela disse com cautela, e examinou a solas dos pés.
— Nós estamos — Damon disse devagar e calmamente, tentando acalmar a si mesmo durante cada palavra. — num mundo onde podemos ser açoitados, esfolados e decapitados simplesmente por estamos pisando no chão.
Bonnie deu um pequeno salto e, em seguida, um mais alto, como se diminuir sua interação com o chão pudesse ajudá-los de alguma forma. Ela olhou para ele em busca de mais instruções.
De repente, Damon a segurou e a olhou com vivacidade, enquanto uma revelação lhe ocorreu.
— Você está bêbada! — Ele finalmente sussurrou. — Você nem ao mesmo está acordada! Esse tempo todo estive querendo fazer com que você ouvisse a voz da razão, e você simplesmente é uma sonâmbula bêbada!
— Não sou! — Bonnie disse. — E... Digamos que eu seja, você deveria ser um pouco mais agradável comigo. Você que fez com que eu ficasse desse jeito.
Alguma parte distante de Damon concordou, dizendo-lhe que isto era verdade. Ele fora o único que tinha embebedado a menina e, em seguida, embebedado-a com soro da verdade e remédio para sono.
Mas isso era simplesmente um fato, e não tinha nada a ver com como ele se sentia sobre isso. Com como ele sentia não ser capaz de continuar com aquela criatura delicada demais.
Claro, a coisa mais sensata seria se afastar dela o mais rápido possível, e deixar a cidade, essa grande metrópole do mal, engoli-la com suas presas, o que certamente aconteceria caso ela desse doze passos pela rua sem ele.
Mas, como antes, algo dentro dele simplesmente não podia fazer isso. E, ele percebeu, quanto mais cedo ele admitisse isso, mais cedo ele poderia encontrar um lugar para colocá-la e começar a cuidar de seus próprios negócios.
— O que é isso? — Disse ele, pegando uma de suas mãos.
— Meu anel de opala. — Bonnie disse cheia de orgulho. — Está vendo? Combina com tudo, por causa de suas cores. Eu sempre o uso; para roupas casuais ou de gala.
Ela, toda feliz, deixou com que Damon o tirasse e o examinasse.
— São diamantes verdadeiros nas laterais?
— Impecáveis, branco puro. — Bonnie disse, ainda com orgulho. — O noivo de Lady Ulma, Lucen, os fez para o caso de precisarmos tirá-los para vendê-los...
Ela parou e disse logo em seguida:
— Você tirá-los para vendê-los! Não! Não, não, não, não, não!
— Sim! Eu preciso, caso você queira ter alguma chance de sobreviver. — disse Damon. — E se você disser mais uma palavra, ou deixar de fazer exatamente o que eu digo, eu vou deixá-la aqui sozinha. E então você vai morrer. — Ele estreitou seus olhos ameaçadores sobre ela.
Bonnie abruptamente se transformou em um pássaro assustado.
— Tudo bem. — Ela sussurrou, lágrimas reunindo-se em seus cílios. — Vai usá-los em quê?
Trinta minutos depois, ela estava na prisão; ou aquilo era igual a um. Damon a tinha instalado no segundo andar de um apartamento com uma janela coberta por persiana, e lhe dera instruções rigorosas sobre deixá-las assim. Ele havia penhorado o opala e um diamante com sucesso, e pagou para que uma mulher azeda e mal-humorada trouxesse a Bonnie duas refeições por dia, que lhe levasse ao banheiro quando necessário, e, caso contrário, que se esquecesse de sua existência.
— Ouça — Ele disse à Bonnie, que ainda estava chorando em silêncio após a mulher tê-los deixado. —, vou tentar voltar em três dias. Se não vier dentro de uma semana, então quer dizer que estou morto. Então, você... Não chore! Preste atenção! Então, você precisará usar estas jóias e seu dinheiro para tentar percorrer todo esse caminho daqui até aqui, onde esperamos que Lady Ulma ainda esteja.
Ele lhe deu um mapa e um saco cheio de jóias e moedas que haviam sobrado de troco do pão e da comida.
— Se isso acontecer... E tenho certeza absoluta que não vai, sua melhor oportunidade é caminhar durante o dia, quando todos estarão ocupados, e mantenha seus olhos abaixados, sua aura pequena, e não fale com ninguém. Vista essas roupas e carregue este saco de comida. Reze para ninguém lhe perguntar nada, mas tente parecer como se você estivesse em uma missão para o seu mestre. Ah, sim.
Damon enfiou a mão no bolso do casaco e tirou duas pequenas pulseiras ferro para escravos, ele as comprou quando conseguiu o mapa.
— Nunca as tire, nem quando você estiver dormindo, nem quando estiver comendo... Jamais.
Ele olhou para ela sombriamente, mas Bonnie já estava no limite de um ataque pânico. Ela estava tremendo e chorando, mas temerosa demais para dizer uma palavra. Desde que entraram na Dimensão das Trevas, ela vem mantendo sua aura tão baixa quanto possível, suas defesas psíquicas elevadas; não era preciso dizer a ela para fazer isso. Ela estava em perigo. Ela sabia disso.
Damon terminou um pouco mais tolerante:
— Eu sei que parece difícil, mas eu posso dizer que, pessoalmente, não tenho a menor intenção de morrer. Vou tentar visitá-la, mas atravessar as fronteiras dos diferentes setores é perigoso, e é isso que terei de fazer para vir aqui. Basta ter paciência, e você ficará bem. Lembre-se, o tempo passa diferentemente aqui do que na Terra. Podemos ficar aqui durante semanas e voltarmos praticamente no instante em que partimos. E, olhe... — Damon fez um para o contorno da sala —... Dezenas de Esferas Estelares! Você pode assistir a todas elas.
Elas eram as mais comuns das Esferas Estelares, do tipo que não tinham poderes, mas sim memórias, histórias, ou lições. Quando você a segurava em sob sua temporada, você era imerso em qualquer material que havia sido impresso na Esfera.
— Muito melhor do que a TV — Damon disse.
Bonnie concordou com a cabeça ligeiramente. Ela ainda estava abalada, e ela era tão pequena, tão fraca, sua pele era tão pálida e fina, seu cabelo era como uma chama que brilhava na penumbra carmesim que se infiltrava através das persianas, que, como sempre, Damon pegava-se a encarando.
— Você tem alguma pergunta? — Ele perguntou finalmente.
— E... Você vai estar...? — Bonnie disse bem devagar.
— Comprando a nossa versão de Quem é Quem e o Livro da Nobreza. — Disse Damon. — Estou procurando por uma lady de qualidade.
* * *
Após Damon ter saído, Bonnie olhou em volta da sala.
Era horrível. Marrom escuro e horrível! Ela estava tentando salvar Damon de voltar para à Dimensão das Trevas porque lembrou-se da maneira terrível que os escravos, que em suma eram seres humanos, eram tratados.
Mas ele agradeceu por isso? Agradeceu? Nem um pouco! E então, quando ela tinha caído na luz com ele, ela pensou que, pelo menos, eles estariam indo à casa de Lady Ulma, a mulher com uma história parecida com a da Cinderela, quem Elena havia resgatado e que, em seguida, recuperara sua riqueza e status e tinha projetado lindos vestidos, para que as meninas pudessem ir a festas chiques. Poderiam ter tido grandes camas com lençóis de cetim e empregadas domésticas que trariam morangos e creme de leite no café da manhã. Teriam a doce Laksmi para conversar, o impaciente Dr. Meggar e...
Bonnie olhou em volta da sala marrom e para aquela coisa velha e puída que era seu cobertor. Ela pegou uma Esfera Estelar com indiferença e, em seguida, deixou-a cai de seus dedos.
De repente, uma sonolência grande a encheu, fazendo sua cabeça girar. Era como se uma névoa estivesse entrando dentro dela. Não havia razão para resistir. Bonnie tropeçou em direção à cama, caiu sobre ela, e já estava dormindo quase antes de cobrir-se com o cobertor.
— É muito mais minha culpa do que sua. — Stefan estava dizendo à Meredith. — Elena e eu estávamos... Dormindo profundamente... Senão, ele nunca teria conseguido executar qualquer parte deste plano. Eu devia ter notado que ele estava falando com Bonnie. Já devia ter percebido que ele estava te fazendo de refém. Por favor, não se culpe, Meredith.
— Eu devia ter tentado avisá-los. Não esperava que Bonnie viesse correndo e o agarrasse. — disse Meredith.
Seus olhos escuros e cinzentos brilhavam com lágrimas não derramadas. Elena apertou sua mão, com uma pitada de dor na boca do estômago.
— Você não podia esperar tentar combater Damon. — Stefan disse, sem rodeios. — Sendo humano ou vampiro, ele é treinado, ele sabe movimentos que você nunca poderia adivinhar. Você não pode se culpar.
Elena estava pensando a mesma coisa. Ela estava preocupada com o desaparecimento de Damon e aterrorizada por Bonnie. No entanto, em outro nível de sua mente, ela estava pensando nas lacerações na palma de Meredith que ela tentava aquecer. O mais estranho é que parecia que as feridas tinham sido tratadas, esfregadas com loção. Mas ela não ia se incomodar em perguntar à Meredith sobre isto num momento como este. Especialmente quando a culpa era da Elena. Ela fora a única que tinha seduzido Stefan na noite anterior. Ah, eles tinham estado... Bem profundamente na mente um do outro.
— De qualquer forma, se formos culpar alguém, que culpemos Bonnie. — Stefan disse com pesar. — Mas agora estou preocupado com ela. Damon não vai estar disposto a cuidar dela se ele não queria que ela fosse.
Meredith abaixou a cabeça.
— Será minha culpa se ela se machucar.
Elena mordeu o lábio inferior. Havia alguma coisa errada. Algo sobre Meredith, que Meredith não estava dizendo a ela. Suas mãos estavam realmente feridas, e Elena não conseguia descobrir como elas poderiam ter ficado daquela maneira.
Quase como se ela soubesse o que Elena estava pensando, Meredith escondeu suas mãos de Elena e olhou para elas. Olhou para ambas as palmas, lado a lado. Elas estavam igualmente feridas e rasgadas.
Meredith inclinou sua cabeleira negra para frente, quase se dobrando sobre o local onde ela se sentara. Então, ela se endireitou, jogando a cabeça para trás como quem tinha acabado de tomar uma decisão.
Ela disse:
— Há algo que eu preciso contar a você...
— Espere — Stefan murmurou, colocando uma mão no ombro dela. — Ouçam. Há um carro chegando.
Elena prestou atenção. Em algum momento, ela ouviu também.
— Eles estão vindo para a pensão. — disse ela, perplexa.
— Ainda é cedo — disse Meredith — O que significa...
— Que deve ser a polícia atrás de Matt. — Stefan terminou. — É melhor eu subir e acordá-lo. Vou colocá-lo na dispensa.
Elena rapidamente arrolhou a Esfera Estelar com suas fortes ondas de líquido.
— Ele pode levar isto com ele.
Elena havia começado, quando Meredith, de repente, correu para o lado oposto do Portal. Ela pegou um objeto fino e comprido que Elena não pôde reconhecer, mesmo com o Poder canalizado para os olhos. Ela viu Stefan piscar e olhar fixamente para o objeto.
— Isto precisa ir para a dispensa também. — disse Meredith — E provavelmente há pistas de terra saindo da dispensa, e sangue na cozinha. Nestes dois lugares.
— Sangue? — Elena começou, furiosa com Damon, mas então ela balançou a cabeça e se reorientou.
À luz da aurora, ela podia ver um carro de polícia, chegando na pensão como se fosse um grande tubarão.
— Vamos nessa. — disse Elena. — Vão, vão, vão!
Todos eles corriam de volta à pensão, agachando-se para ficarem rente ao chão enquanto corriam.
Enquanto eles iam, Elena sussurrou:
— Stefan, você tem que Influenciá-los, se puder. Meredith, você tenta limpar o chão e o sangue. Vou pegar o Matt, pois é menos provável que ele dê um soco em mim quando eu disser que ele tem que se esconder.
Eles apressaram-se para suas funções designadas. No meio de tudo isso, a Sra. Flowers apareceu, vestida com uma camisola de flanela com um manto nebuloso e rosa sobre ela, e chinelos come cabeças de coelhinho. Quando a primeira batida soou pela porta, ela já tinha sua mão na maçaneta, e o policial começara a gritar:
— É A POLÍCIA! ABRAM A... — E encontrou-se berrando diretamente sobre a cabeça de uma velhinha que não poderia ter parecido mais frágil ou inofensiva. Terminou com um sussurro: —... Porta?
— Está aberta. — A Sra. Flowers disse docemente. Ela abriu um pouco mais, para que Elena pudesse ver dois oficiais, e para que os oficiais pudessem ver Elena, Stefan e Meredith, todos aqueles que tinham acabado de chegar à cozinha.
— Queremos falar com Matt Honeycutt. — a policial disse. Elena observou que a viatura era do Departamento do Xerife de Ridgemont. — A mãe dele nos disse que ele estava aqui, após a interrogarmos.
Eles estavam entrando, passando pela Sra. Flowers. Elena olhou para Stefan, que estava pálido, com gotículas de suor visíveis em sua testa.
Ele estava olhando fixamente para a policial, mas ela não parava de falar.
— A mãe dele diz que, praticamente, ele vive nesta pensão. — disse ela, enquanto o outro policial realizava algum tipo de papelada.
— Temos um mandado de busca nas instalações. — disse ele categoricamente.
A Sra. Flowers parecia duvidosa. Ela olhou de volta para Stefan, mas deixou seu olhar passar para os outros adolescentes.
— Talvez seja melhor se eu fizesse a todos uma boa xícara de chá?
Stefan ainda estava olhando para a mulher, o rosto pálido e mais elaborado do que nunca. Elena sentiu uma embreagem de pânico subido em seu estômago. Ai, Deus, mesmo com o presente de seu sangue ontem à noite... Stefan estava fraco, fraco demais até mesmo para usar a Influência.
— Posso fazer uma pergunta? — Meredith disse em sua voz calma e baixa. — Não se trata do mandado — acrescentou, acenando para o papel. — Como está lá fora, em Fell’s Church? Vocês sabem o que está acontecendo?
Ela estava arranjando tempo, Elena pensou, e mesmo assim todos pararam para ouvir a resposta.
— Uma mutilação. — a xerife respondeu após um momento de pausa. — É como se fosse uma zona de guerra lá fora. Pior que isso, porque são crianças que estão... — Ela parou e balançou a cabeça. — Isso não é da nossa conta. Nosso trabalho é encontrar um fugitivo da justiça. Mas, primeiro, enquanto estávamos vindo para seu hotel, vimos uma coluna de luz muito brilhante. Não era de um helicóptero. Suponho que vocês saibam do que se trata?
Só um Portal através do tempo e espaço, Elena estava pensando, enquanto Meredith respondeu, ainda calmamente:
— Talvez um transmissor de energia explodindo? Ou algum tipo de relâmpago? Ou você se refere... A um OVNI? — Ela abaixou ainda mais a voz suave.
— Não temos tempo para isso. — Disse o xerife, olhando com nojo. — Estamos aqui para encontrar o senhor Honeycutt.
— Vocês são bem-vindos para procurar. — A Sra. Flowers disse.
Eles já estavam fazendo isso.
Elena se sentiu chocada e nauseada ao mesmo tempo. “O senhor Honeycutt”, o senhor, não o garoto. Matt já tinha mais de dezoito. Ele ainda era adolescente? Se não, o que fariam com ele, quando ele acabasse preso?
E então, havia Stefan. Stefan tinha sido tão certeiro... Tão... Convincente... Em seus anúncios sobre estar bem novamente. Toda aquela conversa sobre voltar à caçar animais... Mas a verdade é que ele precisava de mais sangue humano para se recuperar.
Agora, sua mente girava em modo de planejamento, mais e mais rápida.
Stefan, obviamente, não seria capaz de Influenciar ambos os policiais, sem uma doação bem grande de sangue humano.
E se Elena desse... A sensação de mal estar no estômago aumentou e ela sentiu os pequenos pelos em seu corpo eriçar-se... Se ela desse, quais eram as chances de ela se tornar uma vampira?
Grandes, uma voz calma e racional em sua mente respondeu. Muito grandes, considerando que há menos de uma semana ela havia trocado sangue com Damon. Frequentemente.
Desinibidamente.
O que fez com que só sobrasse um plano no qual ela podia pensar. Esses xerifes não iriam encontrar Matt, mas Meredith e Bonnie tinham dito a ela que outro xerife de Ridgemont havia chegado e perguntado sobre Matt... E sobre a namorada de Stefan. O problema é que ela, Elena Gilbert, havia “morrido” há nove meses. Ela não deveria estar aqui, e ela teve a sensação de que estes oficiais seriam curiosos.
Eles precisavam dos Poderes de Stefan. Agora. Não havia outro jeito, outra escolha. Stefan. Poder. Sangue humano.
Ela virou-se para Meredith, que tinha sua cabeleira escura para baixo e estava inclinada para o lado como se estivesse ouvindo os dois xerifes que subiam a escada.
— Meredith...
Meredith virou-se para ela e Elena quase deu um passo para trás, em choque. O tom normalmente presente em Meredith estava cinza, e sua respiração estava vindo rápida e superficialmente.
Meredith, a calma e serena Meredith, já sabia o que Elena ia pedir dela. Sangue suficiente que a deixaria fora de controle enquanto ele lhe era tirado. E rápido. Isso a assustava. Era muito mais do que medo.
Ela não consegue fazer isso, Elena pensou. Estamos perdidos.
Damon estava andando até bela treliça coberta de rosas abaixo da janela do dormitório da M. le Princess Jessalyn D’Aubigne, uma garota muito rica, bonita e muito admirada, que tinha mais sangue azul do que qualquer outro vampiro da Dimensão das Trevas, de acordo com os livros que ele havia comprado. Na verdade, ele ouviu isso dos próprios moradores e havia rumores de que o próprio Sage a tinha transformado, há dois anos, e tinha lhe dado este castelo de jóias para morar. Parecido com uma jóia, o pequeno castelo já apresentava a Damon vários problemas. Havia aquela cerca de arame farpado, onde ele rasgara sua jaqueta de couro; um guarda extraordinariamente hábil e obstinado, quem ele teve pena em estrangular; um fosso profundo que quase o pegou de surpresa; e alguns cães que ele cuidara igual como fizera com Sabber: usando os soníferos da Sra. Flowers que ele havia trazido consigo da Terra. Teria sido muito mais fácil envenená-los, mas Jessalyn tinha a fama de ter um coração muito mole com animais e ele precisaria dela pelo menos nos próximos três dias. Isso deveria ser o bastante até que ele se tornasse um vampiro... Se eles não fizessem nada mais durante esses dias.
Agora, enquanto ele pulava em silêncio para a treliça, ele acrescentou mentalmente aquelas grandes rosas espinhentas à sua lista de inconveniências. Ele também ensaiou seu primeiro discurso para Jessalyn. Ela tinha... Teria... Para sempre... Dezoito anos. Mas ela ainda era jovem, já que ela só tivera dois anos de experiência de ser uma vampira.
Ele consolou-se com isso enquanto entrava silenciosamente pela janela.
Ainda em silêncio, movendo-se lentamente para o caso da princesa ter animais guarda-costas em seu dormitório, Damon abriu camada por camada daquelas cortinas translúcidas e transparentes que impediam a luz vermelho-sangue do Sol de brilhar dentro da câmara. Suas botas afundavam na pilha espessa de um tapete preto. Tirando-o de perto das cortinas, Damon viu que toda a câmara fora decorada por um tema simples feito por um mestre do contraste. Preto e brilhante e preto neutro.
Ele gostou muito.
Havia uma cama enorme, com mais cortinas pretas e transparentes quase a cercando. A única maneira de entrar era pelo pé da cama, onde as cortinas translúcidas eram mais finas.
Estando lá, no silêncio que lembrava a uma catedral, na grande câmara, Damon olhou para a figura ligeira sob os lençóis de seda preta, entre dezenas de pequenas almofadas.
Ela era uma jóia, assim como o castelo. Ossos delicados. Um olhar de inocência absoluta enquanto ela dormia. Um rio etéreo de cabelos finos escarlate derramando-se sobre ela. Ele podia ver cada fio de cabelo que estava sobre o lençól. Ela se parecia um pouco com Bonnie.
Damon estava satisfeito.
Ele pegou a mesma faca que tinha colocado na garganta de Elena, e apenas por um momento hesitou... Mas não, não era o momento para se estar pensando no calor dourado de Elena. Tudo dependia desta garota de ombros fragéis que estava em sua frente. Ele colocou a ponta da faca em seu peito, para o caso de um pouco de sangue ser derramado... E tossiu.
Nada aconteceu. A princesa, que estava vestindo uma lingerie preta que mostrava seus frágeis, finos e pálidos branços, parecidos com porcelana, continuava a dormir. Damon percebeu que as unhas de seus pequenos dedos estavam pintadas da mesma cor escarlate que seu cabelo.
As duas grandes velas pretas num pilar exalavam um perfume sedutor, funcionando também como relógios: assim que elas queimavam, era possível dizer as horas. A iluminação era perfeita... Tudo estava perfeito... Exceto que Jessalyn ainda estava dormindo.
Damon tossiu novamente, mais alto — e deu um tropicão na cama.
A princesa acordou, levantando-se e, simultaneamente, tirou duas lâminas de seu cabelo.
— Quem é? Tem alguém aí? — Ela estava olhando para todas as direções, menos para acerta.
— Sou só eu, Vossa Alteza. — Damon usou sua voz baixa, mas cheia de necessidade não correspondida. — Você não precisa ter medo. — Acrescentou, agora que ela finalmente havia chegado à direção certa e o viu.
Ele se ajoelhou ao pé de sua cama.
Seus cálculos estavam um pouco errados. A cama era tão grande e alta que o peito e a faca ficaram muito abaixo da linha de visão de Jessalyn.
— Veja, tirarei minha vida. — Anunciou ele, muito alto para se certificar de que Jessalyn estava acompanhando a encenação.
Depois de um momento ou dois, a princesa foi com a cabeça em direção ao pé da cama. Ela equilibrou-se entre suas duas mãos, os ombros estavam mais próximos dela. A esta distância, ele podia ver que seus olhos eram verdes — um verde complicado consistido de muitos anéis e manchas.
No início, ela apenas apenas sibilou para ele e levantou suas lâminas, cujos dedos mostravam as unhas vermelhas. Damon se aborreceu com ela. Ela iria aprender, com o tempo, que isto não era realmente necessário, que na verdade isto já tinha saído de moda há decadas atrás no mundo real, e só era mantido vivo por causa dos filmes antigo e de ficção.
— Aqui, aos seus pés, eu me matarei. — disse ele novamente, para ter certeza que ela não perdera nenhuma sílaba, ou a frase inteira, desta conversa.
— Você... Vai? — Ela ficou desconfiada. — Quem é você? Como entrou aqui? Por que você faria uma coisa dessas?
— Cheguei aqui através de minha loucura. Fiz isso porque sei que é loucura e não posso mais conviver com ela.
— Que loucura? E você vai fazer isso agora? — A princesa perguntou com interesse. — Porque, se não for, eu terei que chamar meus guardas e... Espere um minuto. — Ela interrompeu-se.
Ela pegou a faca antes que ele pudesse detê-la e a lambeu.
— Isto é uma lâmina metálica. — Ela lhe disse, jogando-a fora.
— Eu sei. — Damon deixou cair a cabeça, para que seu cabelo cobrisse seus olhos, e disse dolorosamente: — Eu sou... Um ser humano, Vossa Alteza.
Ele secretamente observou através de seus cílios e viu que Jessalyn se iluminou.
— Eu pensei que você fosse só algum tipo de vampiro fraco e inútil. — disse ela distraidamente. — Mas agora que posso olhar para você... — Uma língua cor-de-rosa igual a uma pétala saiu e lambeu seus lábios. — Não há razão para disperdiçar as coisas boas, não é?
Ela se parecia a com Bonnie. Ela dissera o que estava pensando, quando ela pensou. Algo dentro de Damon quis rir.
Ele se levatou novamente, olhando para a garota na cama com todo o fogo e paixão que era capaz... E sentiu que não era suficiente. Pensar na real Bonnie, sozinha e infeliz, era... Bem, brochante. Mas o que mais ele poderia fazer?
De repente, ele sabia o que podia fazer. Antes, quando ele parou de pensar em Elena, ele havia cortado qualquer tipo de paixão ou desejo autêntico. Mas ele estava fazendo isso tanto pela Elena, quanto para si mesmo. Ela não podia ser sua Princesa das Trevas, se ele não pudesse ser o seu Príncipe.
Desta vez, quando ele olhou para a M. le Princess, era diferente. Ele podia sentir a mudança de atmosfera.
— Alteza, não tenho nem o direito de falar com você. — disse ele, deliberadamente colocalando uma bota nos arabescos de metal que formavam a estrutura da cama. — Você sabe tão bem quanto eu que você pode me matar com um único golpe... Digo, aqui. — apontando para uma área em seu queixo. — Mas você já me matou...
Jessalyn parecia confusa, mas esperou.
—... Com amor. Eu me apaixonei por você no momento em que te vi. Você poderia quebrar meu pescoço, ou... Como eu diria caso pudesse tocar suas pálidas e perfumadas mãos... Você poderia colocar seus dedos ao redor do meu pescoço e me estrangular. Peço a você que faça isso.
Jessalyn estava começando a ficar intrigada, mas animada. Corando, ela estendeu uma de suas mãozinhas para Damon, mas claramente sem qualquer intenção de estrangulá-lo.
— Por favor, você deve fazer isso. — disse Damon sinceramente, sem nunca tirar os olhos dela. — Essa é a única coisa que peço a você: que você me mate, ao invés de chamar seus guardar, para que a última visão que eu tenha seja o seu belo rosto.
— Você está doente. — Jessalyn decidiu, ainda olhando confusa. — Houve várias outras mentes desequilibradas que entraram pelo meu castelo, embora nunca tenham entrado em meus aposentos. Vou te levar ao médico para que ele possa fazer com que você se sinta melhor.
— Por favor — disse Damon, que havia forjado sua entrada pelas cortinas negras e que agora estava de pé perante a princesa sentada. — Conceda-me a morte instantânea, ao invés de deixar-me morrer um pouco a cada dia. Você não sabe o que eu tenho feito. Eu não consigo parar de sonhar com você. Eu a seguia de loja em loja. Eu já estou morrendo agora enquanto você me violenta com sua nobreza e esplendor, sabendo que não sou mais que pedras na calçada em que você pisa. Nenhum médico pode mudar isso.
Jessalyn estaca claramente considerando. Obviamente, ninguém nunca havia falado com ela desse jeito.
Seus olhos verdes fixaram-se nos lábios dele, o de baixo ainda estava sangrando. Damon deu uma risada pouco indiferente e disse:
— Um de seus guardas me pegou e tentou me matar antes que eu pudesse alcançá-la e pudesse pertubar seu sono. Receio tê-lo matado para chegar até aqui. — disse ele, de pé entre um pilar e a garota na cama, de forma que sua sombra fora jogada sobre ela.
Os olhos de Jessalyn se arregalaram de aprovação, mesmo quando o resto parecia mais frágil do que nunca.
— Ainda está sangrando. — ela sussurrou. — Eu poderia...
— Você pode fazer o que quiser. — Damon a incentivou com um caprichado sorriso irônico nos lábios.
Era verdade. Ela podia.
— Então, venha aqui. — Ela bateu em um lugar mais próximo ao travesseiro da cama. — Como você se chama?
— Damon. — disse ele, tirando a jaqueta e deitando-se, o queixo apoiada pelo cotovelo, com ar de quem não estava a fazer tal tipo de coisa.
— Damon? Só isso?
— Você pode cortá-lo para algo mais curto. Não sou nada além de Vergonha agora. — respondeu ele, tomando mais um minuto para pensar em Elena e prender hipnoticamente os olhos de Jessalyn. — Eu fui um vampiro... Um poderoso e orgulhoso... Na Terra... Mas fui enganado por um kitsune...
Ele lhe contou uma versão distorcida da história de Stefan, omitindo Elena ou qualquer bobagem de querer ser humano. Ele disse que quando conseguiu escapar da prisão, que havia tirado sua “vampiricidade”, ele decidiu acabar com sua vida humana.
Mas naquele momento, ele tinha visto a princesa Jessalyn e pensou que, ao servi-la, ele ficaria feliz com seu pesar. Ai de mim, disse ele, isso apenas havia alimentado seus sentimentos vergonhosos por Sua Alteza.
— Agora, a minha loucura me levou a abordá-la em seus próprios aposentos. Faça de mim um exemplo, Vossa Alteza, que fará com que os outros malfeitores tremam. Me queime, me açoite ou esquarteje, coloque minha cabeça em praça pública para fazer com que aqueles que possam te querer mal se incendeem primeiro.
Ele estava, agora, na cama com ela, recostando-se um pouco para expor sua garganta nua.
— Não seja bobo. — Jessalyn disse, sua voz um pouco melosa. — Até mesmo o pior dos meus servos quer viver.
— Talvez os que nunca viram-na matando. Talvez os ajudantes de cozinha, ou o cocheiro, mas eu não posso viver, sabendo que nunca poderei ter você.
A princesa viu Damon terminar, corou, olhou por um momento em seus olhos.... E então, ela o mordeu.
— Vou levar Stefan até a dispensa. — Elena disse a Meredith, que estava secando com raiva as lágrimas dos olhos.
— Você sabe que não podemos fazer isso. Com a polícia aqui na casa.
— Então, eu farei isso...
— Você não pode! Você sabe que não pode, Elena, ou você não teria vindo a mim!
Elena olhou para a amiga de perto.
— Meredith, você foi a doadora de sangue o tempo todo. — Ela sussurrou. — Você nunca pareceu nem um pouco incomodada...
— Ele sempre bebia menos... Sempre tirava menos de mim do que dos outros. E sempre do meu braço. Eu fingia que estava tirando sangue. Sem problemas. Essa não é a parte ruim, já que Damon está de volta à Dimensão das Trevas.
— Mas agora... — Elena piscou. — E agora, como fica?
— Agora — Meredith disse com uma expressão distante. —, Stefan sabe que eu sou uma caçadora. Que eu tenho uma estaca de combate. E agora tenho que... Me submeter...
Elena tinha arrepios. Ela sentiu como se a distância entre ela e Meredith naquela sala estava ficando cada vez maior.
— Uma caçadora? — Disse ela, perplexa. — E o que é uma estaca de combate?
— Não há tempo para explicar isso agora! Ah, Elena...
Se o Plano A era Meredith e o Plano B era Matt, não havia nenhuma outra escolha. O Plano C tinha que ser a própria Elena. O sangue dela era muito mais forte do que qualquer outro, afinal, tão cheio de energia que Stefan só precisaria de um...
— Não! — Meredith sussurrou ao ouvido direito de Elena, de alguma forma para administrar a palavra num assobio. — Eles estão descendo as escadas. Temos que encontrar Stefan agora! Pode dizer a ele para se encontrar comigo no quartinho atrás do saguão?
— Sim, mas...
— Faça isso!
E eu ainda não sei o que é uma estaca de combate, Elena pensou, permitindo que Meredith fosse para o quarto. Mas sei o que parece ser uma “caçadora”, e definitivamente não me agrada. E aquela arma... Faz com que uma estaca de madeira se pareça com uma faca de plástico para piquenique.
Ainda assim, ela enviou a Stefan, que voltava ao térreo com o xerifes:
Meredith vai doar sangue, tanto quanto você precise para Influenciá-los. Não há tempo para discutir. Volte rapidamente e, pelo amor de Deus, saudável e tranquilo.
Mas Stefan não parecia cooperar.
Eu não posso tirar o suficiente dela sem que nossas mentes se toquem. Poderia...
Elena perdeu a paciência. Ela estava assustada, ela ficou desconfiada de uma de suas melhores amigas... Um sentimento horrível... E ela estava desesperada. Ela queria que Stefan fizesse exatamente o que ela havia dito.
Vai lá depressa! Fora tudo que ela tinha projetado, mas teve a sensação de que ela o atingiu com todoas as suas forças, porque de repente ele se ficou preocupado e gentil.
Eu irei, amor, ele disse simplesmente.
Enquanto a oficial de polícia estava procurando na cozinha, enquanto o oficial procurava na sala, Stefan entrou no pequeno quarto de hóspedes do primeiro andar, com sua cama de solteiro amarrotada. As lâmpadas estavam desligadas, mas com sua visão noturna, ele pôde ver Elena e Meredith perfeitamente pelas cortinas. Meredith estava se segurando rigidamente como um acrobata de bungee jump.
Beba tudo que você precisar sem machucá-la permanentemente... E tente colocá-la para dormir, também. E não invada sua mente tão profundamente.
Eu assumo daqui. É melhor você ficar no corredor, deixando-os ver ao menos um de nós, amor, Stefan respondeu silenciosamente.
Elena estava, obviamente, tanto assustada quanto na defensiva por sua amiga, entrando logo no modo mandona. Ao menos isso era uma coisa boa, se havia alguma coisa que Stefan sabia... Se isso fosse a única coisa que ele soubesse... Seria como tirar sangue.
— Quero fazer um pedido de paz entre nossas família. — ele disse, esticando uma mão para Meredith.
Ela hesitou e Stefan, mesmo tentando fazer seu melhor, não pôde evitar de ouvir seus pensamentos, como se fossem pequenas criaturas de vigia dentro de sua mente. No que ela estava se comprometendo? Em qual sentido ele quis dizer com “família”?
É simplesmente uma formalidade, ele lhe disse, tentando ganhar terrono em outro lugar: em sua aceitação com o toque de seus pensamentos com os dela. Deixa para lá.
— Não. — Meredith disse. — É importante. Quero confiar em você, Stefan. Só em você, mas... E não tinha a estaca antes de Klaus estar morto.
Ele pensou rapidamente.
— Então, você não sabia que era...
— Não. Eu sabia. Mas meus pais nunca foram ativos. Foi meu avô que me disse sobre a estaca.
Stefan sentiu uma onde de prazer inesperado.
— Portanto, seu avô está melhor agora?
— Não... Mais ou menos. — Os pensamentos de Meredith eram confusos.
A voz dele mudou, ela estava pensando. Stefan estava mesmo feliz por vovô estar melhor. Mesmo a maioria dos humanos não se importaria... Não realmente.
— Claro que me importo. — disse Stefan. — Por um lado, ele ajudou a salvar a nossas vidas... E a cidade. Por outro, ele é um homem muito corajoso... Deve ter sido um... Por sobreviver a um ataque de um Antigo.
De repente, a mão fria de Meredith estava morna em torno de seu punho e palavras foram caindo de seus lábios em uma corrida que Stefan mal conseguia entender. Mas seus pensamentos estavam brilhantes e claros sob essas palavras, e através deles que ele teve o significado.
— Tudo que sei sobre o que aconteceu quando era mais jovem, é o que me fora dito. Meus pais me disseram coisas. Meus pais mudaram meu aniversário... Ele realmente mudaram o dia de celebrarmos o meu aniversário... Porque um vampiro atacou meu avô, e depois meu avô tentou me matar. Eles sempre disseram isso. Mas como eles sabem disso? Eles não estavam lá... Isso é o que eles dizem. E o que é mais provável, foi o meu avô quem me atacou, ou foi o vampiro? — Ela parou, ofegante, tremendo toda como uma corça de rabo branco capturada na floresta. Presa, e pensando que ela estava condenada, e que era incapaz de correr.
Stefan tirou sua mão que havia transformado as frias de Meredith em quentes.
— Eu não vou atacá-la. — disse ele simplesmente. — E eu não vou perturbar as suas antigas memórias. Tudo bem?
Meredith assentiu. Depois de sua história purgativa, Stefan sabia que ela queria falar o menos possível.
— Não tenha medo. — Ele murmurrou, assim como ele havia feito para acalmar a mente dos animas que ele havia perseguido em Old Wood. Está tudo bem. Não há razão para ter medo.
Ela não podia deixar de ter medo, mas Stefan a acalmava igual quando ele acalmava os animais da floresta, puxando-a para o lado mais sombrio do quarto, acalmando-a com palavras suaves, mesmo quando seus caninos gritavam para ele a morder. Ele teve de dobrar o lado de sua blusa para expor seu longo pescoço cor verde-oliva, enquanto fazia com que as palavras calmantes se tranformasse em carinhos suaves, do tipo que tranquilizava bebês.
E por fim, quando a respiração de Meredith havia diminuído e seus olhos estavam quase se fechando, ele, com o maior cuidado, deslizou seus dentes, que estavam doendo, em sua artéria.
Meredith quase estremeceu. Tudo era suavidade enquanto ele facilmente deslizava sobre a superfície de sua mente, também vendo apenas o que já sabia sobre ela: sua vida com Elena, Bonnie e Caroline. Festas e escola, planos e ambições. Piqueniques. Uma piscina de natação. Risos. Tranquilidade que se espalhava como uma grande piscina. A necessidade de calma, de controle. Tudo isso voltava para ela, enquanto ela se lembrava...
As mais distantes profundezas que ela se lembrava estava aqui no centro... Onde ela caíra de cabeça. Stefan tinha prometido a si mesmo que não iria se aprofundar em sua mente, mas ele estava sendo puxado, impotente, sendo arrastado por aquele vórtice. As águas fecharam-se sobre sua cabeça e ele foi atraído em uma velocidade tremenda para as profundezas, estas memórias nem tão tranquilas, mas sim raivosas e apavorantes.
E então, ele viu o que tinha acontecido, o que estava acontecendo, o que sempre aconteceria... Lá, no centro da mente de Meredith.
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